Em 35 anos de atividades da Associação Irmãos da Solidariedade, comemorados na instituição nesta terça-feira (18), às 9h, com um café da manhã e culto ecumênico, muitas mudanças no país e no mundo aconteceram em se tratando do vírus HIV. Mas, de acordo com a fundadora e presidente da Casa, Fátima Castro, o que não mudou e, ao contrário, piorou ainda mais, foi o preconceito.
— Infelizmente, depois de 35 anos de muita luta a favor dos portadores do vírus, contra o preconceito e a discriminação, em pleno 2023 ainda vejo falas e atitudes que pensei que não caberiam mais nos tempos atuais. E, pior ainda, partindo de diferentes camadas da sociedade, entre elas, cidadãos comuns e até de políticos. Não pode existir mais espaço para isso — afirma a presidente.
Fátima Castro lembra que a associação é hoje a única do interior do estado do Rio e que, por isso, recebe pessoas de Campos e região, mantendo 40 residentes e assistindo a outras 100 pessoas. “Quem menos pode é quem mais ajuda, e minha gratidão é eterna para todos que estão ao nosso lado nessa luta diária. Neste momento passa um filme na minha cabeça, de tudo o que já aconteceu, de bom e ruim, durante todos esses anos. A medicina está avançando, mas a luta ainda é muito grande e o preconceito continua matando tanto quanto a doença. Não é fácil manter uma Casa dessa, com 40 pacientes, todos sem família, dependendo de nós para tudo e a maioria debilitada”, ressalta Fátima Castro. (A.N.)