Mobilização por segurança em escolas e combate a fake news
- Atualizado em 14/04/2023 21:00
Reunião para tratar sobre segurança nas escolas
Reunião para tratar sobre segurança nas escolas / Divulgação
O reforço na segurança das escolas tem sido tema de reuniões em todo o país. Só em Campos, foram três durante a semana. Após diálogo com representantes da secretaria municipal de Educação, na quarta-feira (12), a promotora Anik Rebello Assed, da Promotoria de Tutela Coletiva de Infância e Juventude, instaurou um inquérito visando a apurar a existência de lesão ou ameaça de lesão ao direito à educação de crianças e adolescentes na rede municipal. Na tarde de quinta (13), representantes de forças de segurança e da Prefeitura tiveram um encontro planejando ações pedagógicas para o futuro e também medidas imediatas. Já nessa sexta (14), foi a vez de uma reunião entre membros da 12ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da secretaria de Educação, propondo uma parceria entre a Comissão de Defesa e Proteção da Criança, Adolescente e Juventude e o município, para encontrar formas de combater a violência nas escolas. A preocupação cresceu depois de, na quarta-feira, seis menores de idade terem sido apreendidos com uma réplica de arma na Escola Municipal Amaro Prata Tavares, no Centro. Já na manhã de quinta, um estudante de 13 anos foi apreendido com um facão, um machado e um coquetel molotov, em Guarus. O serviço de ronda escolar foi intensificado.
Participaram da reunião de quinta-feira o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Ricardo Cruz; o subcomandante da Guarda Civil Municipal, Alex Anselmet; o secretário municipal de Educação, Marcelo Feres; e as delegadas Natália Patrão e Ana Paula Carvalho, da 134ª (Centro) e da 146ª (Guarus) Delegacias de Polícia, respectivamente.
— A gente quer passar tranquilidade aos pais, aos profissionais de educação e também aos nossos estudantes. Entendemos que há todo um ambiente de segurança em favor do nosso município, e as ações que estão hoje planejadas vão na direção de envolver uma corresponsabilização — disse Marcelo Feres. — O que diz respeito ao uso de materiais, às mochilas dos alunos, é importante que os pais também façam essa checagem, mesmo na saída dos alunos de casa, para que também façam esse tipo de acompanhamento, que é sempre importante. Da mesma forma, vamos avaliar com as escolas também formas de estar acompanhando na chegada dos alunos, sempre que possível, ou com outras estratégias mais aleatórias nas salas de aula — pontuou o secretário de Educação. Ele também falou sobre a necessidade de palestras estratégicas para capacitação dos profissionais de educação a respeito da segurança, além de acolhimento aos alunos.
Já na reunião dessa sexta, o presidente da Comissão de Defesa e Proteção da Criança, Adolescente e Juventude da OAB Campos, Marcelo Barreto, explicou que também foram tratadas propostas de uma parceria com a Educação que possa combater a violência contra crianças e adolescentes da rede municipal de ensino. Uma nova reunião acontecerá na próxima terça-feira (18), com o secretário estadual de Segurança Pública. A ideia da OAB é levar o combate à violência nas escolas para outros municípios, como São João da Barra e São Francisco de Itabapoana.
A subsecretária de Educação de Campos, Rita Abreu, ressaltou que ações imediatas e também de longo prazo estão sendo implantadas.
— Estamos preparando um manual operacional com orientações sobre como proceder em casos de violência e fake news nas escolas, intensificando a patrulha escolar nos locais onde a vulnerabilidade é maior, e orientando os pais para verificarem a mochila dos alunos antes de saírem de casa. Além disso, estamos ainda orientando os porteiros das unidades, que também ajudarão a vistoriar as mochilas, de modo a impedir que qualquer tipo de objetivo que sirva como arma entre nas nossas unidades — disse Rita.
No caso da Escola Municipal Amaro Prata Tavares, no Centro, a apreensão de uma réplica de arma de fogo com seis menores foi feita por agentes da Guarda Civil Municipal. Em nota, a Prefeitura informou que “assim que os gestores escolares perceberam o fato, solicitaram apoio da Ronda Escolar da Guarda Civil Municipal na unidade escolar e convocaram os pais dos alunos envolvidos. A situação foi imediatamente controlada, e os estudantes foram encaminhados, juntamente com seus responsáveis, para a delegacia, onde foi registrado um boletim de ocorrência”. Já no caso de Guarus, de acordo com pessoas ligadas à família do estudante apreendido com facão, machado e coquetel molotov, ele teria se arrependido da atitude e não chegou a promover a ação que estava prevista para ocorrer em uma escola. A Polícia Civil não se pronunciou sobre o caso.
Efeito contágio — Segundo a promotora Anik Rebello, é necessário evitar o compartilhamento ou publicação de notícias não comprovadas, que possam provocar pânico ou histeria coletiva, além de fomentar a efetivação de atos de violência. No último dia 6, o Governo Federal iniciou a Operação Escola Segura. Denúncias que envolvam ameaças a escolas podem ser feitas pelo link, com sigilo garantido. Também é possível fazer denúncias pelo serviço Disque 100 e/ou pelo WhatsApp (61) 99611-0100. Em caso de emergência, a orientação é ligar para o 190 ou para a delegacia de polícia mais próxima.

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