Rodrigo Gonçalves
05/03/2023 12:09 - Atualizado em 05/03/2023 12:12
Denunciado diversas vezes, o abandono do Museu Olavo Cardoso, em Campos, levou a tentativa de mais um crime no local nesse sábado (4). Dois homens foram presos por policiais do programa Segurança Presentem, quando tentavam, com uma marreta, tirar parte da estrutura de ferro que compõe o muro do prédio histórico, que já perdeu grande parte do seu acervo em arrombamento ocorrido no fim de 2020.
De acordo com os policiais militares, eles estavam em patrulhamento quando notaram os dois suspeitos em cima da estrutura de proteção do imóvel, que fica na esquina da rua dos Goitacazes com a avenida Sete de Setembro. Ao constarem o crime, os militares levaram a dupla para a 134ª DP, no Centro.
Quando foi furtado em dezembro de 2020, o museu teve levados cerca de 90% de materiais administrativo, mobiliário, ventiladores, computadores, bebedouros, condicionadores de ar e quase a totalidade do acervo histórico e cultural. O que sobrou foi recuperado e levado para o Museu Histórico de Campos.
No prédio histórico, doado à Prefeitura, um quarto todo montado, móveis em madeiras talhados a mão, mesa de jantar, cadeira, peças características de uma residência. No subsolo, tinha ainda alguns quadros pintados a mão de fatos históricos. Eram obras artísticas também de valor histórico.
A Folha vem cobrando, constantemente, um posicionamento da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), responsável pelo local, por meio de reportagens e de publicações de opinião de colaboradores em seus blogs. Neste domingo, o jornalista Saulo Pessanha alertou (aqui) não só para o abandono do museu, mas também de outros imóveis que seriam de responsabilidade da Prefeitura.
Na última matéria publicada no dia 25 do mês passado, a presidente da FCJOL, Auxiliadora de Freitas, disse que a demanda de urgência para a recuperação do espaço está com a secretaria municipal de Obras e Infraestrutura.
— Estão sendo tomadas as providências para que o projeto de restauração do referido imóvel avance. Estamos na expectativa de que esta demanda, em função da sua urgência, avance nas tratativas processuais, burocráticas e financeiras, para que a tão sonhada restauração deste equipamento aconteça — destaca Auxiliadora Freitas. — Quem sabe, também, juntos, possamos encontrar uma empresa local, inscrita na lei de incentivo estadual para bens culturais, que possa se interessar em colocar o imposto que pagaria ao estado na recuperação do nosso patrimônio cultural, tão significativo na nossa cidade — finaliza.
Neste domingo, a reportagem envio à Comunicação da Prefeitura uma solicitação de informações sobre a segurança no prédio e aguarda o retorno.