As mortes de duas puérperas de São Fidélis estão sendo investigadas pela Polícia Civil. Os óbitos ocorreram em um intervalo de três dias. Aline Jeremias Araújo de Oliveira, de 31 anos, e Crysllane Mendonça Machado deram entrada no dia 17 de janeiro no Hospital Armando Vidal, onde realizaram seus partos. O hospital informou que as duas teriam tido complicações no pós-parto.
Nesta quinta-feira (2), ao site SF Notícias, o delegado titular da 141ª Delegacia de São Fidélis informou que "será realizada uma investigação isenta com a oitiva de toda equipe médica para esclarecimentos dos fatos, análise dos prontuários médicos e de todos os boletins de atendimento médicos das vítimas".
Entenda o caso
Logo após as mortes das duas mulheres, através de nota, o Hospital Armando Vidal informou que Aline, que estava com 36 semanas de gravidez, deu entrada na unidade no final da noite do dia 17, com indícios de trabalho de parto, mas, como o feto ainda era prematuro, foram iniciados os procedimentos de transferência para o Hospital dos Plantadores de Cana (HPC), em Campos, que seria a unidade de referência.
No entanto, devido à rápida evolução do trabalho de parto, não haveria tempo hábil para a transferência da paciente. “Dessa forma, a obstetra plantonista efetuou o parto vaginal na gestante, que ocorreu sem intercorrência, com o nascimento do bebê saudável. Entretanto, houve complicação no pós-parto imediato, onde não houve a 'saída' da placenta, como deveria ocorrer”.
De acordo com o hospital de São Fidélis, com a complicação no pós-parto, a equipe do Armando Vidal tentou transferir a Aline, no dia 18, para o HPC, que não aceitou a internação, assim como o Hospital Geral de Guarus (HGG), também em Campos, em seguida. A paciente, então, foi levada para o Hospital Ferreira Machado (HFM), onde morreu na madrugada do dia 19 de janeiro, em consequência de choque hipovolêmico.
A direção do HPC informou, em nota, que “a unidade não é referência no atendimento de emergência de puérperas, mas sim de gestantes. Esclarece ainda que no momento em que a puérpera chegou ao HPC não havia leito disponível na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), tendo sido encaminhada imediatamente para a unidade hospitalar competente para o caso. A direção do HPC esclarece que não houve, pelo município de origem da paciente, solicitação de vaga junto à Central de Regulação, tendo sido a mesma levada para o HPC sem que a vaga fosse solicitada. Esclarece, por fim, que a dita autorização para a internação só foi liberada pela Central de Regulação na madrugada do ocorrido”.
Também no dia 17 de janeiro, Crysllane, que era acompanhada pelo pré-natal de alto risco, passou por uma cesariana no Hospital Armando Vidal. Segundo a unidade, o parto foi realizado sem intercorrência, tendo a paciente e o bebê recebido alta hospitalar no dia 18. Entretanto, a puérpera retornou ao pronto-atendimento no dia 22, com quadro de falta de ar e cansaço, foi medicada e internada, após exames.
Horas mais tarde, “a paciente teve uma piora acentuada da falta de ar e foi transferida para a sala de estabilização com provável quadro de tromboembolismo pulmonar. Foi assistida pela equipe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), porém, acabou evoluindo para o óbito”, informou o hospital.