Leandro foi recebido por familiares na sua casa, em Atafona, com comemoração. Aos parentes e amigos, ele contou que caiu do barco na noite de domingo (25) e nadou durante toda a madrugada, até chegar à sinalização do porto. O pescador relatou, ainda, que se livrou da roupa e ficou só de cueca para facilitar o nado, o que agravou a sua exposição ao sol. “No final, meu medo era morrer de frio”, disse ele, ressaltando que só pedia a Deus uma oportunidade para ver os filhos Haoni e Hullian crescerem.
Sobre os momentos de aflição, Leandro contou que, na noite de domingo, trabalhava sozinho na praia de Atafona quando caiu da embarcação e não conseguiu voltar.
— Para mim, os primeiros 10 minutos foram os mais difíceis, porque eu queria a todo custo chegar à embarcação. Mas, é um peso d’água descomunal mesmo, não tinha como nadar contra — afirma o pescador.
— Tinha ondulação, vento... Resolvi deixar as águas me levarem pra gastar menos força e “andar” mais rápido. E eu levei umas quatro horas nadando pra chegar no Porto do Açu” — ressalta.
Da boia, em momentos de angústia, segundo Leandro, viu quando os barcos dos amigos chegaram próximo do seu. “Logo pensei, eles vão achar que estou morto. Naquele momento, era mesmo como se eu estivesse morto vendo tudo”, conta.