“Estamos fazendo história. Pela primeira vez, em um hospital público da nossa cidade, foram realizadas as primeiras cirurgias endoscópicas de coluna par retirada de hérnia de disco. Os equipamentos vieram de São Paulo através de um acordo de cooperação técnica para atender dois pacientes no Hospital Ferreira Machado”, informou o prefeito Wladimir Garotinho.
As cirurgias foram realizadas por meio de pequena incisão que é introduzida na coluna com uma câmera, iluminação e instrumentos de alta precisão para o alvo do problema, sendo possível a visualização direta por vídeo, enxergando internamente a hérnia e as estruturas nervosas.
A vendedora Veronica de Souza, de 36 anos, sofria de fortes dores na coluna que a incomodaram por dois meses. Com um corte milimétrico, a cirurgia endoscópica na coluna a curou de uma hérnia de disco. “Foi uma luta muito grande, um sofrimento enorme. Cheguei ao hospital com uma crise muito forte, na qual eu não estava conseguindo nem andar. A cirurgia correu tudo bem, foi maravilhosa. Agradeço a equipe médica e a todo o hospital pelo atendimento. Não tenho do que reclamar do pós-operatório”, frisou.
Alex Sandro da Silva sofria com hérnia de disco e foi o segundo paciente a ser operado após ficar internado no hospital por 18 dias. “A dor era terrível. Passava da coluna para as pernas. Estava até com dificuldade de andar. Cheguei aqui no hospital com muletas de tanta dor, mas agora estou feliz porque após a cirurgia vou poder seguir a minha vida normalmente”, disse.
O médico neurocirurgião Eduardo Piass explica que essa cirurgia traz grandes benefícios para os pacientes. “A tendência é que as cirurgias sejam cada vez menores. Essa cirurgia endoscópica é considerada minimamente invasiva, onde o paciente tem uma alta hospitalar mais rápida e uma recuperação em casa mais acelerada, ajudando com a retomada das atividades com maior rapidez. Poder oferecer isso em uma rede pública é um avanço para a saúde, um avanço para a população”, informou.
A CIRURGIA – Na cirurgia endoscópica o paciente recebe anestesia que pode ser local associada à sedação ou a anestesia geral, o corte é feito para introduzir a câmera com os instrumentos automatizados que tem em torno de 0,5 centímetros e o procedimento pode durar até 2 horas. Já no método tradicional, o paciente é posicionado de bruços na mesa cirúrgica para receber anestesia geral. A depender da doença a ser tratada, o corte na coluna pode variar de 5 a 25 centímetros e, após o problema ser solucionado, o procedimento, ainda, demanda um trabalho de fixação em função do descolamento da musculatura dos ossos.
“A endoscopia de coluna é um método extremamente vantajoso nesse aspecto. Permite alcançar altos graus de correção da patologia com um mínimo de invasividade e em comparação com a cirurgia aberta. Essa opção é menos invasiva que uma cirurgia de maior porte, a qual envolveria a aplicação de instrumentais e a restrição de movimentos”, explicou Arthur Borges.
Segundo o superintendente do HFM, a cirurgia foi um feito muito importante para a saúde de Campos. “As duas cirurgias foram um sucesso. Toda a equipe trabalhou de forma excelente o que possibilitou um procedimento rápido e eficaz aos pacientes. Isso representa um grande avanço para a saúde do município”, informou.