Cobertura vacinal infantil em Campos está longe do ideal
Mário Sérgio Junior - Atualizado em 20/08/2022 09:14
Vacina contra pólio e sarampo
Vacina contra pólio e sarampo / Supcom
Dados da subsecretaria de Atenção Básica Vigilância e Promoção da Saúde de Campos indicam que a cobertura vacinal de 2022 de crianças e adolescentes continua com baixa adesão. Para tentar reverter o quadro, uma campanha nacional de vacinação contra Poliomielite e de Multivacinação foi iniciada no dia
8 de agosto, e o Dia D da mobilização no município acontece neste sábado (20), em 24 postos, das 9h às 14h. A baixa cobertura vacinal chegou a ser abordada na última reunião do Gabinete de Crise e Combate à Covid-19 e Outras Doenças Emergentes e Reemergentes, realizada na última segunda-feira (15). O secretário de Saúde de Campos, Paulo Hirano, explicou que o país tem passado por um momento de negativismo à imunização, onde muitos pais deixaram de levar os filhos para completar o calendário de vacinação.
— Por conta da pandemia, de uma série de razões, tivemos uma queda muito significativa na procura pela vacinação. Então, estamos promovendo ações. Inclusive, teremos o Dia D no dia 20, para o qual conclamamos todos os pais a levarem seus filhos para serem vacinados. Lembrar que a criança é levada, ela não tem a autonomia de ir ao posto e se vacinar. Então, é obrigação moral, da família, dos pais, levá-los para serem imunizados. Imaginem se de repente tivermos o retorno da Poliomielite, que está eliminada no nosso país, por falta da vacina.  Será uma irresponsabilidade muito grande dos pais se os filhos tiverem Poliomielite — disse Hirano, destacando que Campos sempre teve a meta de vacinação acima da recomendada pelo Ministério da Saúde, que é de 95%.

Segundo o assessor técnico municipal da Vigilância em Saúde, Charbell Kury, a queda na cobertura vacinal no Brasil vem ocorrendo desde 2015. “Existem vários motivos pelos quais os números de vacinação caíram. Entre eles, podemos citar aqui a hesitação à vacinação, as fake news e a definição de estudiosos
da vacina, no qual sou um amador, que são três C’s: confiança, complacência e conveniência”, detalhou.
Até o momento, a cobertura da Tríplice Viral, responsável por prevenir o desenvolvimento de caxumba, sarampo e rubéola, é de 50,90%. Na segunda dose, alcançou somente 32,54%. Quanto à vacina que
previne contra a Poliomielite, doença contagiosa aguda, somente 44,88% das crianças foram imunizadas em Campos.

A baixa cobertura se repete para as vacinas BCG, que previne formas graves de tuberculose, com 57,73%, e a Meningocócica C, que atingiu 48,07%. Para a Pneumocócica, a taxa é de 53,13%. A da Hepatite B está em 45,03%, e a da Hepatite A, em 40,23%. A Varicela alcançou 39,95%. Também estão abaixo dos
50% as vacinas Pentavalente, com 45,03%; a DTP bacteriana, com 36,62%; e a rotavírus com 44,15%.
— A baixa adesão às vacinas é uma porta de entrada para essas doenças, algumas delas consideradas erradicadas ou controladas no país — afirmou o subsecretário de Atenção Básica de Campos, o infectologista Rodrigo Carneiro.
As vacinas do calendário básico, que totalizam 18 imunobiológicos dos disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI), podem ser encontradas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades Pré-Hospitalares (UPHs), no Hospital São José e na Cidade da Criança, voltadas ao público geral. No caso dos pacientes especiais, as vacinações devem ser feitas no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie). O atendimento é por livre demanda, de acordo com horário de funcionamento de cada unidade.
O município também mantém busca ativa para a imunização de crianças e adolescentes através de parceria entre a secretarias de Saúde e de Educação, com a vacinação itinerante nas escolas da rede municipal de ensino. Nesse processo, os pais e responsáveis legais recebem um formulário, que ser preenchido e assinado, para que a criança ou o adolescente receba as vacinas.

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