O vendedor de salgados e caldo de cana, Enéas de Souza Pinto Filho, diz que tira seu sustento do local há oito anos. “Tenho documento que me autoriza a trabalhar aqui, mas levei um susto quando fui notificado para deixar o local. Não achamos a obra de tudo uma coisa ruim, mas será se desempregar essas 25 famílias”, disse ele.
- Há uma promessa do prefeito de que vamos voltar, mas nada formalizado. No caso da minha peixaria, já tenho uma estrutura montada, com esgoto. Eles dizem que terá que ser um comércio móvel, o que é impossível para nós. A obra está andando na outra ponta, com prazo de 8 meses de conclusão. Mas, nesses poucos dias já tirou o sono de todos nós que dependemos daqui - disse Braúlio de Souza, que tem a peixaria há 9 anos.
A situação já estava ficando difícil para Enete Freitas, que trabalha no espaço onde os blocos de concreto já foram instalados. Na sexta-feira (22), ele contou que mesmo sem autorização ocupou seu antigo espaço. “Voltei para vender meus produtos, hoje. Estou com medo de me mandem sair, como fizeram quando as máquinas chegaram e tive um dia para deixar o local. Eu trabalho aqui para levar o pãozinho pra casa. Se eu sair daqui, não tenho para onde ir, passo fome”, contou. Ele está no local há 12 anos.
Em nota, a Prefeitura informou que está reestruturando a Avenida Antônio Luiz da Silveira. “O projeto apresentado pelo prefeito Wladimir Garotinho, durante o Prefeitura em Ação, está sendo colocado em prática. Para que todo planejamento seja concluído, os donos de trailers foram orientados a regularizar o direito de concessão de uso do espaço junto a Fiscalização de Postura, que funciona nos altos da Rodoviária Roberto Silveira, que funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h”, disse em nota.