“Precisamos fortalecer a rede de atendimento e proteção dos direitos da população LGBTQIA+. A conferência é uma das formas de reforçarmos os debates das políticas públicas para garantia de direitos de uma população tão discriminada”, destacou Rodrigo.
O diretor do Centro de Cidadania LGBT, Juliano Rangel, destacou a importância da parceria com Prefeitura. “Hoje contamos com o apoio da área social e da saúde para atendimentos à população LGBTQIA+. É importante que outras cidades estejam envolvidas na luta do movimentado e na efetivação das políticas”.
O Centro de Cidadania LGBT contabilizou 1.200 atendimentos e identificou que 81% do público atendido sofreu discriminação, sendo 58% estão na faixa etária de 18 a 30 anos, e 58,4% trabalham na informalidade.
Ativista social, Rafael França defendeu o trabalho contínuo para as próximas gerações. “Neste momento que temos tantos direitos violados, é importantíssimo um espaço como este. A gente precisa construir e efetivar o que estamos lutando. Peço que todos estejam engajados nessa luta. Nós precisamos de todos para construir tudo com mais força e potência”.
A exposição temática “Psicanalise engajada e despatologização da diversidade” foi debatido pelas professoras Barbara Breder e Artemis Carnieri, representantes da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Outra mesa temática foi “População LGBTQIA+ e sua inserção no mercado de trabalho”, debatida pela professora Daiana Ataide, do Centro Universitário Fluminense (Uniflu). A última palestra foi com a assistente social Márcia Cristina Ferreira, sobre “A atuação do Serviço Social na implementação das políticas sociais e enfrentamento à LGBTIfobia”.
Também participaram do evento o deputado estadual, Bruno Dauaire e a diretora de Auditoria e Avaliação da Secretaria de Saúde, Bruna Araújo.
Em 2021, foi iniciado o trabalho intersetorial, envolvendo assistência social, saúde e educação. O “T+Ação”, onde são atendidos cerca de 200 pessoas (homens e mulheres) trans em situação de vulnerabilidade, e isso fez com que houvesse encaminhamentos emergenciais de acesso à saúde e educação.
“A partir das demandas trazidas por este público, pudemos nos nortear no melhor caminho de atendimento inicial e suas prioridades, reiterando a necessidade de empregabilidade emergencial para que seja possível a saída de muitas de trabalhos degradantes e/ou violentos”, explica Gilberto Firmino, subsecretário da Igualdade Racial e Direitos Humanos.
Primeira mulher trans negra a frente da gestão municipal, a gerente de Direitos Coletivos, Difusos e Individuais, Erickah Gomes, explica que o trabalho desenvolvido não é só encaminhar os usuários para os outros dispositivos de Atenção Básica, mas também com atendimento psicossocial para meninos, meninas e menines que se encontram em constante exclusão social e de afeto, sendo um local de acolhida, e não revitimização.
Como projeto de extensão, a pasta, juntamente com as estagiarias de Psicologia da UFF, deram início ao G.A.T. – Grupo de Apoio a pessoas Trans e Travestis do município. “Realizamos rodas de conversa e um espaço de acolhimento para pessoas que são tão marginalizadas e que tentam sobreviver todos os dias sendo subjugadas ao ódio a estes corpos direcionados”, finaliza Erickah.
A Subsecretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos prepara a minuta que institui um decreto para a criação do Conselho Municipal LGBTQIAP+. O órgão tem conversado com o coletivo TransGoytacá e com todos outros movimentos sociais que manifestam interesse em alinhar a luta.