Ícaro Abreu Barbosa
15/06/2022 17:22 - Atualizado em 15/06/2022 17:28
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), teve uma tarde agitada em Campos nesta quarta-feira (15). Ele esteve no distrito de Goitacazes para a assinar o documento que aprova as obras do Bairro Legal no Parque Saraiva e acabou metido no meio da rixa política entre os Bacellar e os Garotinho, que escalou para quatro princípios de agressões físicas na praça onde ocorreu o evento.
Apesar das gritarias, urros, vaias, autopromoções e aplausos, quem mora Parque Saraiva ficou satisfeito com o investimento de R$ 32 milhões. O dinheiro será destinado à pavimentação, urbanização e drenagem da localidade, que hoje vê uma realidade de ruas de terra, buracos, poeira, saneamento básico precário e, sempre que chove, de alagamentos e muita lama.
A garantia do governador foi de que “a obra chegou e o maquinário já está aqui. A população não tem nada a ver com as brigas políticas da cidade”. Por fim, ele ainda afirmou que sua gestão traz “realizações importantes para Campos, realizações que não acontecem há muitos anos”.
Quem mora na área e viu o evento de assinatura inteiro da porta de casa, como Giovani Viana Fernandes, de 55 anos, vigilante, reforça a urgência do início e conclusão dessas obras.
— Essa obra vai ser uma melhoria indispensável para o bairro, asfalto, calçada, esgoto. Hoje vivemos uma realidade que, quando chove, é de lama, quando faz calor, é de poeira. Mesmo essa praça onde está acontecendo o evento, está vendo? (apontando para o local onde estava armado o palanque e posicionadas as máquinas) Isso era um lixão, estava tudo bagunçado. Limparam por causa dessa visita. Tinha rato, cobra, barata e isso tudo jogava a gente para dentro da bagunça. Vamos ver se melhora daqui para frente. Essa é nossa esperança. Já vai fazer quase 10 anos nessa situação e não aguentamos mais.
A reurbanização do Parque Saraiva foi iniciada por meio do programa Bairro Legal em agosto de 2016, na gestão da então prefeita Rosinha Garotinho, e foram suspensas em outubro do mesmo ano. Entre 2017 e 2020, durante o governo do ex-prefeito Rafael Diniz, a obra também não foi retomada. Desde então, o bairro carece de saneamento básico, tem problemas com o escoamento de águas pluviais e falta de calçamento, causando transtornos à população. Em determinadas ocasiões, algumas ruas ficam intransitáveis, devido a pontos de alagamento. E quem sofre na pele são os próprios moradores, que já realizaram inúmeros protestos à espera por uma solução.