Há anos, o município de Campos corta pela raiz árvores em sua área urbana; isso quando elas não morrem sufocadas por ervas daninhas. Em alguns casos há troca de árvores por cimento, como aconteceu na praça São Salvador, no Centro da cidade. Se não existe uma política efetiva de arborização, a população é a primeira a chamar atenção e denunciar cortes. Muitos se mostram indignados quando uma árvore é cortada, porque ficou à mercê das doenças, como aconteceu com uma na avenida Pelinca, na quarta-feira (1º). A Prefeitura informou que realiza um serviço de poda, no entorno da Santa Casa de Misericórdia. Para ambientalistas, falta em Campos um projeto de plantio sistemático conveniente a cada rua e a cada árvore cortada, outra deve ser plantada no lugar. 

O serviço da subsecretaria de Limpeza Parques e Jardins continuou nesta manhã de quinta-feira (02), com limpeza e galhos sendo triturados na Pelinca. A pasta esclarece que o serviço de poda foi agendado e realizado. "Porém durante a ação, a equipe constatou que a mesma (árvore) estava oca, apresentando risco de queda, oferecendo risco à população e ao patrimônio. Desta forma, a árvore precisou ser cortada", explica em nota. No local, comerciantes disseram que estavam com medo da árvore, que foi tomada pelo cupim e, sem cuidado, se transformou em ameaça. 

Pedido antigo, árvores que estavam tomadas pelas ervas infestantes, na calçada do Hospital Santa Casa, também passaram por poda. A subsecretaria informa que disponibiliza o número (22) 98179-3345 para atender a população para o caso de precisar de poda.

Para ambientalistas, como Arthur Soffiati, as ações desenvolvidas ao longo dos anos, em Campos, passam longe de uma política responsável para promover arborização. Segundo ele, é necessário um projeto de plantio sistemático de árvores nativas de proporção conveniente a cada rua para não arrebentar as redes subterrâneas de água e esgoto e para não afetar as redes aéreas de transmissão de energia.

"Não sei se deveriam ser frutíferas por conta da depredação. O plano levaria em conta ainda os tratos culturais necessários para o crescimento saudável das mudas. Quando as árvores se tornarem adultas, o acompanhamento técnico deve continuar para combater ervas parasitas e cupins. Caso a árvore se torne perigosa para pessoas e moradias, deve ser cortada e substituída por outra. Uma cidade arborizada cria conforto térmico e beleza. Atrai aves e polinizadores", destaca.

A subsecretaria de Meio Ambiente informou que as atividades de doação de mudas de árvores frutíferas e nativas tem sido realizada no município. "A ação tem o objetivo de despertar a consciência ambiental, visando a preservação da natureza", completa.

Na outra ponta, Soffiati afirma que a arborização urbana, prevista, segundo ele, no esquecido Plano Diretor, deveria ser combinada com uma área verde, onde a arborização ocuparia um espaço contínuo, com lagos e pontos de lazer. Ele sugere como local ideal a margem da avenida Artur Bernardes, entre a beira-valão e o trevo do Índio, na entrada da cidade.