Éder Souza
03/06/2023 08:41 - Atualizado em 03/06/2023 08:42
Aeroporto de Macaé
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Foto: Rui Porto Filho
Para permitir a circulação de aeronaves de maior porte, foram iniciadas, no aeroporto de Macaé, as obras de ampliação da pista de pouso e decolagem. As obras, que foram iniciadas neste início de junho, estão acontecendo através de um consórcio firmado entre a Zurich Aeroportos, que é a concessionária responsável pelo aeroporto, e duas construtoras. Com o investimento de R$ 220 milhões, o projeto de ampliação prevê terraplenagem, drenagem, tratamento de solos, pavimentação, sinalização e balizamento.
O aeroporto de Macaé responde por cerca de 55% das operações offshore na região Norte Fluminense, o que segundo a concessionária, representa um aumento de 120% em sua participação no mercado desde o início da concessão ao grupo suíço, em 2019. Com a nova pista, que terá extensão de 1.410 metros e permitirá o pouso e a decolagem de aeronaves de maior porte, como o jato EMB 195, o aeroporto muda a categoria da base aeroportuária.
As obras já estavam previstas no contrato de concessão, com prazo de dois anos para a execução. Mesmo com a intervenção, os voos de aeronaves de asa rotativa, como helicópteros, que hoje são o principal movimento do aeroporto, continuarão operando de maneira regular. 380 postos de trabalho foram abertos.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Industria, Comércio e Serviços, Vinícius Farah, as obras possibilitam investimentos na região Norte Fluminense de outras grandes empresas, já que o aeroporto poderá receber aeronaves maiores.
“O investimento da Zurich Airport amplia a infraestrutura logística e aumenta a competitividade do estado, impulsionando nosso crescimento e comprovando que o Rio de Janeiro voltou a ser atrativo para grandes empresas e empreendimentos nacionais e internacionais. Além disso, beneficia Macaé e o Norte Fluminense, região que é um dos motores da economia fluminense” afirma.
Aeronave da Azul
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Foto: Divulgação Azul
Pedido por mais voos em Campos
Em Campos, entidades buscam conseguir intervenções no aeroporto Bartolomeu Lisandro. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e a Prefeitura realizaram várias reuniões com a empresa Azul, que opera no aeroporto, para a ampliação do número de voos para o Rio de Janeiro e Campinas. Segundo o presidente da CLD, Edvar Chagas Júnior, durante essas reuniões, a empresa informou que para ampliar a oferta de voos, a concessionária responsável precisaria realizar mudanças na estrutura, como obras e alteração de horários de funcionários.
Mesmo sem avanços em relação à obra, nesta semana Edvar recebeu a informação de que a Azul disponibilizará mais um horário de voo entre Campos e Campinas a partir de outubro. Hoje, os voos para a cidade paulista acontecem apenas em um horário por dia, às 15h25. Já em outubro, serão dois voos, um às 10h15 e outro às 19h15.
“A prefeitura informou que vai avaliar o contrato de concessão para fazer as cobranças a empresa responsável. A gente conseguiu avançar e a partir de outubro teremos mais um voo em direção a Campinas, que hoje tem um dos aeroportos mais completos do país”, explicou Edvar.
Os voos que saem de Campos em direção ao Rio não são mais diretos desde o ano passado. Para chegar na capital fluminense, a aeronave vai até Campinas para fazer conexão. A medida, segundo passageiros, é vista como um atraso. Para o advogado campista Carlos Alexandre Azevedo, a medida acabou com a possibilidade de o morador de Campos ir ao Rio de forma rápida.
“É um avião de sete lugares, com passagens caríssimas, é um avião propenso a não levantar voos dependendo das condições climáticas. É um tamanho desrespeito o cidadão campista não ter mais voo direto para o Rio”, disse o advogado.
Para o geógrafo e estatístico do IGBE, William Passos, existe uma demanda que é dividida entre o aeroporto de Campos, Macaé e Cabo Frio. Geograficamente, segundo o especialista, para a Azul, o interior do Rio é vista como uma coisa só. William diz que há uma competição entre os três aeroportos.
"O aeroporto de Campos responde de acordo com o interesse da Azul e a demanda por voos comerciais. Tem espaço para expansão, mas também para contração. Acho importante essa pressão sobre o Azul porque a expansão do tráfego aéreo no aeroporto campista é bom para Campos, para a região e o estado todo", disse o especialista.
Questionada sobre a implantação de novos voos para Campinas a partir de outubro, além da criação de novos destinos, a empresa Azul se posicionou através de nota dizendo que não há previsão de novos voos saindo de Campos.
"A Azul informa que, como empresa competitiva, está atenta ao mercado e avalia constantemente as possibilidades de demanda na região, além de estar antenada às novas possibilidades de negócios e incremento em sua malha. No entanto, neste momento, não há previsão para novos voos e destinos a partir de Campos", disse a Azul.