Júlia Alves e Rafael Khenaifes
21/04/2025 13:18 - Atualizado em 21/04/2025 14:07
Joaquim Silvério dos Reis, delator da Inconfidência Mineira
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Reprodução do Arquivo Público de Minas Gerais
Nesta segunda-feira (21), feriado de Tiradentes, a historiadora campista Rafaela Machado compartilhou em suas redes sociais uma história curiosa onde Campos dos Goytacazes tem ligação com Joaquim Silvério dos Reis, o delator da Inconfidência Mineira. A historiadora explicou que Joaquim se refugiou em Campos por um período antes de seguir para o Maranhão, onde faleceu em 1819, apontando que a história do Brasil perpassa pela Planície Goitacá.
Ainda segundo Rafaela, o português Joaquim Silvério dos Reis era um comerciante, proprietário de minas de ouro e também comandante de um regimento de Cavalaria, além de ter envolvimento com os inconfidentes. No entanto, devido ao desejo de ter suas dívidas com a Coroa perdoadas na época, ele acaba delatando o próprio movimento.
“Depois da delação o Joaquim Silvério passou um tempo em Portugal, onde recebeu o hábito de Cristo, recebeu o perdão das suas dívidas e quando retorna ao Brasil vem se refugiar justamente em Campos, porque aqui em Campos ele vai atuar ao lado do sogro o Luiz Alves de Freitas Belo”, analisou Rafaela.
Ela acrescenta que “Luiz Alves de Freitas Belo era o capitão de uma companhia de ordenanças aqui. Ele era o avô materno de ninguém mais, ninguém menos do que o Duque de Caxias, de quem, aliás, herdou o nome. Depois de arranjarem muita confusão por aqui os dois vão embora. O Luiz Alves vai para sua propriedade na Baixada Fluminense, atual Taquara, e Joaquim Silvério dos Reis vai para o Maranhão, onde falece em 1819, só depois que saiu de Campos”, relata Rafaela.
A Inconfidência Mineira foi um movimento de revolta contra o domínio de Portugal no Brasil, ocorrido em 1789, em Minas Gerais. Formou-se um grupo, inspirado pelas ideias de liberdade e independência, liderado por Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. No entanto, o plano foi descoberto antes de ser executado e os envolvidos foram presos. Tiradentes foi o único condenado à morte e a data de sua execução, 21 de abril, tornou-se feriado nacional, virando símbolo da luta pela independência.