"Está tudo em paz", diz Wladimir após encontro com Bacellar.
Rodrigo Gonçalves 03/08/2023 18:11 - Atualizado em 03/08/2023 19:57
Como anunciado pelo Blog Opiniões (aqui), do jornalista Aluysio Abreu Barbosa, a nova celeuma na pacificação entre Garotinhos e Bacellar rendeu um encontro pessoal entre o prefeito Wladimir Garotinho (PP) e o deputado estadual e presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), nesta quinta-feira (3), no Rio de Janeiro.
Na tarde desta quinta, Wladimir garantiu, sem dar muitos detalhes, que a pacificação está mantida. "O encontro aconteceu sim, está tudo em paz. Divergências pontuais fazem parte do percurso, mas estamos no mesmo entendimento", disse o prefeito, que nas redes sociais manteve discrição sobre a reunião. No entanto, repostou os encontros que teve com o secretário estadual de Saúde Dr. Luizinho, presidente do PP no Rio, e com o deputado estadual Chico Machado (SD) de Macaé.
O Blog tentou contato com a assessoria de Bacellar e com vereadores que compõem o grupo do deputado, mas não obteve retorno até o momento.
O ajuste na pacificação, costurada no ano passado pelo governador Cláudio Castro (PL), acontece mais uma vez em um momento de tensão na Câmara, após a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, com uma derrota do grupo do prefeito (aqui). Vereadores da base esvaziaram a sessão da última terça-feira (1) para evitar que emendas do grupo oposição/”independentes” fossem aprovadas, após Abdu Neme (Avante), até então nome garantido na base, decidir ser a favor das matérias, contrariando à bancada da situação. A votação aconteceu e limitou em 10% o remanejamento permitido para o chefe do Executivo para o orçamento do próximo ano.
Mesmo com Abdu no plenário na terça, a votação da LDO só poderia acontecer com maioria absoluta (13 dos 25 vereadores) e, para isso, foi apresentada uma questão de ordem avaliada pela Procuradoria da Câmara, alegando embasamento no Regimento Interno da Casa para que o presidente Marquinho Bacellar (SD) pudesse votar, compondo, assim, 13 votos e aprovando todas as emendas à LDO propostas pela oposição, entre elas a que inclui a volta das bolsas universitárias e a que determina o reajuste salarial aos servidores efetivos e inativos (aposentados e pensionistas) do município. Propostas que, até então, podem ser levadas à discussão na Lei Orçamentária Anual (LOA).
Na sessão de quarta (2), em um clima ainda mais conflituoso, o vice-líder do governo, Juninho Virgilio (União), apresentou à Mesa Diretora da Câmara um requerimento pedindo informações sobre o procedimento adotado para a aprovação, no dia anterior, questionando o voto dado pelo presidente da Casa, apontando possíveis irregularidades. Marquinho rebateu, afirmando que quem se sentir lesado tem que procurar a Justiça (aqui).
Nos últimos dias, as feridas de uma relação conturbada foram expostas, e lembraram momento em que a judicialização fez rotina da Casa para resolver impasses até na eleição para a Mesa Diretora, que envolveu, também, a possibilidade de cassação de vereadores.
Ainda na quarta, o próprio vice-líder do governo deixou no ar a possibilidade de judicializar ou não a sessão da votação do LDO, sendo avaliada ainda a melhor estratégia. No entanto, após a reunião desta quinta, no Rio de Janeiro, a saída mais provável é a de que a bancada governista peça para que o prefeito vete o que foi aprovado na íntegra ou em partes, evitando assim um conflito judicial e o fim da pacificação.
Vale lembrar que para a derrubada na Câmara de um veto do prefeito são necessários 17 votos, sendo que, mesmo com Abdu mantendo seu posicionamento contrário à base, o grupo oposição/“independentes” só tem, até o momento, 13 vereadores. Abdu na terça disse que não é oposição ao prefeito, mas sua permanência entre os governistas também ainda é uma incógnita, principalmente após apontamentos feitos pelo pai do prefeito e ex-governador Antthony Garotinho em rede social, como também mostrou o Blog Opiniões (aqui).

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