Rodrigo Gonçalves
- Atualizado em 19/07/2023 08:54
Deputado federal de primeiro mandato, o itaperunense Murillo Gouvêa conseguiu lugar de destaque dentro da nova executiva do União Brasil no estado do Rio Janeiro e assumiu a segunda vice-presidência. Antes comandado pelo prefeito de Belford Roxo, Waguinho (agora no Republicanos), o União passa por uma reestruturação no território fluminense que, nos bastidores, envolveu também o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar. Ainda sem conseguir sair do PL, sujeito a sofrer consequências de uma possível infidelidade partidária, Bacellar é apontado como o responsável pela indicação de um dos principais nomes na executiva do União.
Na semana passada, uma reunião da comissão instituidora nacional do partido aprovou, por unanimidade, a nova executiva provisória do estado. A presidência no Rio ficou com Antonio Rueda, que é vice-presidente nacional do União e homem de confiança do deputado federal Luciano Bivar (PE), primeiro nome da sigla.
Junto com Murillo Gouvêa na vice-presidência está o deputado estadual Márcio Canella, que é considerado fiel escudeiro de Rueda. Nessa segunda-feira (17), os dois se reuniram na sede do União no Rio para uma conversa sobre os rumos do partido no estado.
“Nossa atuação em Brasília ao lado do vice-presidente nacional e presidente estadual, Antônio Rueda, vem consolidando o protagonismo do partido nos debates mais importantes para o povo e criando a possibilidade de desenvolvermos mais projetos para o Rio”, postou Murillo.
Também ocupam lugar de destaque na executiva do União no Rio, o vice-governador Thiago Pampolha, como terceiro vice-presidente; e Rafael Thompson, que ficou com a secretaria geral. Chefe de gabinete de Rodrigo Bacellar, Thompson é apontado como uma prova de que o presidente da Alerj terá poder de decisão no estado.
Ao dar uma entrevista no fim de abril deste ano ao Folha no Ar, da Folha FM 98,3, o próprio Murillo Gouvêa já revelava as negociações para que Bacellar ocupasse lugar no União.
— Já tenho aval de que eu vou para a executiva estadual do partido, vou fazer parte junto com eles, e fiquei muito feliz com essa construção do Rodrigo. Ele é um cara que tem visão, é um cara que lida com vários deputados, lidou com o estado todo, ajudou o estado todo, tem entrada em todos os municípios. Tenho certeza de que nós vamos fazer do União Brasil um dos maiores partidos do Rio de Janeiro. Isso oficializado, tenho certeza de que a gente vai trabalhar com muita seriedade, muita verdade, muita transparência — disse na ocasião Murillo.
A mudança enfrentada agora no União é resultado dos problemas que o partido enfrenta no estado. Um grupo de seis deputados federais pediu desfiliação da sigla na Justiça, por justa causa, entre eles a deputada federal Daniela Carneiro, esposa de Waguinho e ex-ministra do Turismo, que caiu do cargo, recentemente, em um movimento do União pelo apoio à Reforma Tributária.
O fato de Murillo não ter acompanhado o grupo de Waguinho na saída foi o que o projetou ainda mais na sigla no cenário nacional, além de ter engrossado o coro pela queda de Daniela do Turismo. Na quinta-feira passada (13), o deputado comemorou a oficialização da troca, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na pasta onde entrou o deputado federal Celso Sabino (União-PA). Murillo fez questão de gravar um vídeo ao lado de Sabino falando da parceria pelo turismo regional.
Outras possíveis mudanças ainda estão por vir no União no estado, que tem no seu quadro boa parte do clã Garotinho — Anthony, Rosinha e Clarissa. No partido, também está o secretário estadual de Habitação, Bruno Dauaire, que é um dos indicados da sigla no governo Cláudio Castro (PL), dentro de um acordo de pacificação envolvendo o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (a quem Bruno é ligado), e Rodrigo Bacellar. Apesar do cargo de destaque no governo, Dauaire não ganhou espaço na executiva do União.