Apesar de o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (sem partido), ter afirmado (aqui) que não existe por parte de vereadores da oposição e independentes pressão por cargos em seu governo, nos corredores da Câmara é dada como certa a entrada de aliados do grupo dos Bacellar em pastas da Prefeitura.

A reação contrária a essas possíveis indicações, inclusive, já resultou em uma reunião, nesta segunda-feira (27), na Câmara, entre oito vereadores da base do prefeito que alegam estarem insatisfeitos, como já foi mostrado pela coluna Ponto Final (aqui) no último dia 11. Os vereadores da situação dizem que vão pressionar o prefeito para não aceitar gente no governo que não vote nas matérias junto com a base.

Após a volta da sessão ordinária na Câmara, no dia 15, o clima de pacificação foi estremecido. Como também mostrado no Ponto Final (aqui), nos bastidores, a informação é que alguns vereadores da oposição e independentes fazem uma espécie de pressão para ficar com o comando das pastas de Trabalho e Renda, Meio Ambiente e a Fundação Municipal de Esportes.

— Não existe essa pressão por cargos. O motivo de ele (Marquinho) não ter colocado em pauta foi a pressão de poucos que não querem a paz. O que ouvi sobre os corredores da Câmara, de edis dos dois lados, é que não há motivo para não ter colocado — disse Wladimir na última sexta-feira, quando conversou, no mesmo dia, com o presidente da Câmara, Marquinho Bacellar (SD), tendo a garantia que seu projeto não colocado em pauta será debatido nesta terça-feira (28).

Desde que aconteceu a indicação do vereador Nildo Cardoso (União) para o comando da Empresa Municipal de Habitação (Emhab) no governo Wladimir, tanto os vereadores contrários ao prefeito quanto os da situação andam insatisfeitos.

De um lado, tem vários nomes que já estiveram na base de Wladimir revoltados, não só com o prefeito, mas também com os Bacellar, de quem esperavam uma postura mais incisiva na luta por mais vagas de expressão na Prefeitura. Um namoro que já foi ensaiado no início do governo Wladimir, vinculado ao apoio no segundo turno da eleição de prefeito, mas que não deu certo e resultou em todo o racha na base.
Do outro lado, quem se manteve na base de Wladimir bate o pé e não aceita que vereadores ditos de oposição assumam cargos de primeiro escalão, principalmente pela preocupação com a formação de nominatas ao próximo pleito. Afinal, já tem muito nome para o governo manter “forte” para 2024.

Se tem cargo em jogo ou não, o tempo dirá, mas os comportamentos na Câmara já podem dizer muito a partir da sessão desta terça-feira.