Wladimir diz ter confirmação de Marquinho sobre votação do seu projeto: "Clima tranquilo"
Rodrigo Gonçalves 24/02/2023 12:20 - Atualizado em 24/02/2023 15:51
Secom-Campos
Passado o Carnaval e com o diálogo reestabelecido entre o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (sem partido), e o presidente da Câmara Municipal, Marquinho Bacellar (SD), um dos pontos de discórdia na primeira sessão ordinária do ano no Legislativo campista vai ser colocado em pauta na próxima terça-feira (28). A informação foi passada ao nosso blog pelo próprio prefeito após ele falar nesta sexta-feira (24) com Marquinho.
— Acabei de falar com Marquinho. Vai pautar na terça — disse Wladimir, que ao ser questionado sobre detalhes e teor da conversa, respondeu: “Nada demais, só pedi devido à urgência e ele disse que irá para a pauta. Clima tranquilo”.
O projeto a qual o prefeito se refere é um relacionado à Fundação Municipal de Saúde enviado pelo Executivo, em regime de urgência à Câmara, no último dia 15, não colocado em pauta pelo presidente do Legislativo, alegando ter chegado cerca de 20 minutos antes do início da sessão, sem tempo hábil para análise. Ao indeferir o pedido de vereadores da base de Wladimir para colocar o projeto em pauta, o presidente fez questão de reforçar que no acordo de pacificação entre Câmara e Prefeitura ficou acertado, com o próprio Wladimir, que projetos não chegassem em cima da hora ao Legislativo.
A explicação dada pela base e pelo prefeito, na ocasião, é que o projeto da Saúde enviado pelo Executivo, visa resolver um problema de sistema, já que a Prefeitura para atender a uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), fez uma alteração na última Lei Orçamentária Anual (LOA), colocando a Fundação Municipal de Saúde (FMS) com o orçamento passando pelo Fundo Municipal de Saúde a partir deste ano, só que o sistema operacional da Prefeitura não estaria reconhecendo a mudança, o que dificulta, por exemplo, segundo vereadores e o perfeito, o pagamento de fornecedores, sendo um risco faltar remédios em unidades de emergência, inclusive o que poderia ter ocorrido no Carnaval . Com a proposta tentada, os vereadores pretendiam fazer com que orçamento voltasse a ser gerido direto pela FMS.
— Não faltou no Carnaval porque intervimos junto de fornecedores que confiam no governo, mas vai faltar a partir da próxima semana. Ninguém trabalha muito tempo sem fluxo de recebimento — disse Wladimir, antes de ter a confirmação do próprio Marquinho sobre a votação do projeto.
O prefeito diz estar confiante no trabalho do seu líder de governo na Câmara, Álvaro Oliveira (PSD) para a votação do seu projeto. Perguntado se vai ser aprovado, o prefeito foi categórico: “Com certeza”.
A confiança do prefeito pode vir não só pela urgência da pauta e o tema Saúde, mas também pelo fato de atualmente já ter a seu favor a maioria da Câmara mais uma vez. Mesmo que Nildo Cardoso (União) e Abdu Neme (Avante) não tenham se declarado da situação, já estão atuando com o governo. Independentemente disso, outros vereadores que apoiaram a decisão Marquinho de não pautar o projeto antes, também falaram que seriam favoráveis assim que proposto no plenário.
Como mostrado no Ponto Final do último sábado (18) (aqui), nos bastidores, a informação é que a recusa ao projeto do prefeito foi uma espécie de pressão dos aliados dos Bacellar por cargos no governo que ainda não chegaram. Os políticos de oposição, segundo fontes, ainda lutam para ficar com o comando das pastas de Trabalho e Renda, Meio Ambiente e a Fundação Municipal de Esportes.
— Não existe essa pressão por cargos. O motivo dele não ter colocado em pauta foi a pressão de poucos que não querem a paz, o que ouvi sobre os corredores da Câmara, de edis dos dois lados é que não há motivo para não ter colocado — disse também antes da conversa desta sexta com Marquinho.
Com a volta da Câmara o clima de pacificação pregado pelos grupos dos Garotinho e Bacellar estremeceu. O que se viu no plenário foi a oposição e situação em conflitos bem semelhantes aos de 2022, que podem desencadear em um biênio lamentável como foi o anterior, com mais confusão do que resultados à população.
— No que depender de mim, tudo em paz — disse o prefeito, ao ser perguntado se a pacificação entre os grupos está mantida.
O Blog vem tentando um posicionamento do presidente Marquinho com a sua assessoria desde essa quinta-feira, mas ainda não obteve retorno. Em pronunciamentos e entrevistas anteriores, ele chegou a subir o tom: “A Câmara de Campos deixou de ser um puxadinho da Prefeitura. Estou e sempre estarei aberto ao diálogo, mas o prefeito enviou o projeto com falha, reduzindo inclusive a receita anual da Câmara. Posteriormente, corrigiu e o projeto chegou faltando 20 minutos para o início da sessão. E aqui a gente não vai aceitar pressão nem narrativa para tentar colocar a população contra a Câmara. Até porque, o povo quer transporte melhor, saúde melhor, educação melhor, não ficar assistindo briguinha política”.

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