Dom Rifan: Dia Mundial da Paz
Dom Fernando Rifan 03/01/2024 10:09 - Atualizado em 03/01/2024 10:09
Dom Rifan  Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
Dom Rifan Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
No dia 1º de janeiro, comemoramos o 57º dia mundial da paz. Em sua mensagem para esse dia, o Papa Francisco nos recorda o caminho para a paz, fazendo considerações sobre os progressos tecnológicos e sobre a inteligência artificial.
“A Sagrada Escritura atesta que Deus deu aos homens o seu Espírito a fim de terem ‘sabedoria, inteligência e capacidade para toda a espécie de trabalho’ (Ex 35, 31). A inteligência é expressão da dignidade que nos foi dada pelo Criador, que nos fez à sua imagem e semelhança e nos tornou capazes, através da liberdade e do conhecimento, de responder ao seu amor. Esta qualidade fundamentalmente relacional da inteligência humana manifesta-se de modo particular na ciência e na tecnologia, que são produtos extraordinários do seu potencial criativo”.
“Na Constituição pastoral Gaudium et spes, o Concílio Vaticano II reafirmou esta verdade, declarando que ‘sempre o homem procurou, com o seu trabalho e engenho, desenvolver mais a própria vida’. Quando os seres humanos, recorrendo à técnica, se esforçam por que a terra se torne habitação digna para toda a humanidade, agem segundo o desígnio divino e cooperam com a vontade que Deus tem de levar à perfeição a criação e difundir a paz entre os povos. Assim o próprio progresso da ciência e da técnica – na medida em que contribui para uma melhor organização da sociedade humana, para o aumento da liberdade e da comunhão fraterna – leva ao aperfeiçoamento do homem e à transformação do mundo”.
“Justamente nos alegramos e sentimos reconhecidos pelas extraordinárias conquistas da ciência e da tecnologia, graças às quais se pôs remédio a inúmeros males que afligiam a vida humana e causavam grandes sofrimentos. Ao mesmo tempo, os progressos técnico-científicos, que permitem exercer um controle – até agora inédito – sobre a realidade, colocam nas mãos do homem um vasto leque de possibilidades, algumas das quais podem constituir um risco para a sobrevivência humana e um perigo para a casa comum”.
O Papa, então, discorre sobre a inteligência artificial: “a inteligência artificial deve ser entendida como uma galáxia de realidades diversas e não podemos presumir, a priori, que o seu desenvolvimento traga um contributo benéfico para o futuro da humanidade e para a paz entre os povos. O resultado positivo só será possível se nos demonstrarmos capazes de agir de maneira responsável e respeitar valores humanos fundamentais como a inclusão, a transparência, a segurança, a equidade, a privacidade e a fiabilidade...”
“A inteligência artificial tornar-se-á cada vez mais importante. Os desafios que coloca não são apenas de ordem técnica, mas também antropológica, educacional, social e política... Precisamos de estar conscientes das rápidas transformações em curso e geri-las de forma a salvaguardar os direitos humanos fundamentais, respeitando as instituições e as leis que promovem o progresso humano integral. A inteligência artificial deveria estar ao serviço dum melhor potencial humano e das nossas mais altas aspirações, e não em competição com eles”.

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