Marcão Gomes: Inflação
Marcão Gomes - Atualizado em 13/01/2022 14:09
Marcão Gomes é advogado e suplente de deputado federal
Marcão Gomes é advogado e suplente de deputado federal / Divulgação

A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, foi de 10,06% em 2021. Sendo este o terceiro pior resultado entre as 20 maiores economias do mundo, só melhores que Argentina e Turquia.
Três fatores são os principais responsáveis pela inflação de 2021: a forte alta no preço das commodities, a disparada do dólar ocorrida em 2020 e o desbalanceamento das cadeias produtivas globais.
A rápida retomada da demanda de commodities teve por efeito uma forte alta de preços já desde o último trimestre de 2020, o que gerou uma crescente pressão sobre as matérias-primas, como petróleo, gás, minério de ferro e trigo, impactando várias cadeias produtivas.
A alta desenfreada do dólar em 2020 afetou fortemente os custos da indústria brasileira e como o setor é muito dependente de componentes importados, a alta da moeda americana impactou os custos de importantes segmentos produtivos locais.
A desarrumação das cadeias globais de suprimentos, resultado da paralisação compulsória imposta pela pandemia, ao restringir a oferta a nível global, também atingiu os preços, os semicondutores, material eletroeletrônico, produtos químicos, fertilizantes e outros bens intermediários cujos processos produtivos haviam sido interrompidos registraram altas expressivas.
A previsão dos especialistas em 2022, é que a inflação, medida pelo IPCA, deve cair, tendente a desacelerar até o fim desse ano, mas ainda deve seguir como motivo de preocupação nos próximos meses.
Entre as ameaças para o ano, estão eventuais turbulências da corrida eleitoral, que costuma impactar a taxa de câmbio no Brasil, elevar os preços no mercado interno e pressionar a inflação.
Na prática, o termo desacelerar não representa queda dos preços, significa apenas um avanço menor da inflação, ou seja, os preços tendem a seguir em alta neste ano, mas em um nível mais fraco do que o verificado em 2021.
O que preocupa analistas é a persistência da inflação em um quadro de atividade econômica fragilizada, como é o caso atual do Brasil. O país também corre o risco de registrar o segundo ano consecutivo de estouro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central.
Outro fator de risco para a inflação vem do clima. Neste início de ano, a região Sul registra perdas em lavouras devido à estiagem, enquanto estados como Bahia e Minas Gerais são impactados por fortes chuvas. Os prejuízos no agronegócio podem pressionar preços de alimentos, segundo economistas.
Teremos, portanto, em relação a inflação um cenário mais favorável, mas não podemos dizer que será positivo, pois o quadro ainda é de inflação alta.
Sigamos em frente!

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