Dom Rifan: Os reis da paz
- Atualizado em 05/01/2022 22:37
Dom Rifan  Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
Dom Rifan Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
Celebramos nesta semana a Epifania (manifestação) do Senhor. Foi o dia em que Jesus se manifestou como Salvador de todos os povos, na pessoa dos Reis do Oriente, que vieram visitar o Menino Jesus em Belém, exemplo de perseverança na vocação, ao chamado de Deus, nas dificuldades e tentações da vida. “Aquela estrela era a graça” (Santo Agostinho).
Deus usa de vários meios para chamar a si as pessoas, meios adaptados à personalidade e às condições de cada um. Aos pastores, judeus, já familiarizados com as revelações divinas do Antigo Testamento, Deus chamou através dos anjos, mensageiros da boa nova do nascimento de Jesus. Os Magos, porém, eram pagãos. Como eram astrônomos e astrólogos, Deus os chamou através de uma estrela misteriosa. Jesus não discrimina ninguém: no seu presépio vemos pobres e ricos, judeus e árabes. Todos são bem-vindos ao berço do pacífico Menino Deus.
Jesus veio ao mundo trazer a paz, a sua paz, a verdadeira: “Dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou” (Jo 14, 27). “Príncipe da Paz” é o título que lhe dava o profeta Isaías: “seu nome será... Príncipe da Paz” (Is 9,5). Esse foi o cântico dos anjos na noite de Natal: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e, na terra, paz aos que são do seu agrado!” (Lc 2, 14). Essa foi a sua saudação ao ressuscitar: “A paz esteja convosco” (Jo 20, 19 ss).
Em sua mensagem para o 55º Dia Mundial da Paz, em 1º de janeiro deste ano de 2022, com o título “Diálogo entre gerações, educação e trabalho: instrumentos para construir uma paz duradoura”, o Papa Francisco toma como lema a frase do profeta Isaías: “Que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz” (Is 52,7).
“Em cada época, a paz é conjuntamente dádiva do Alto e fruto dum empenho compartilhado. De fato, há uma ‘arquitetura’ da paz, onde intervêm as várias instituições da sociedade, e existe um ‘artesanato’ da paz, que nos envolve pessoalmente a cada um de nós. Todos podem colaborar para construir um mundo mais pacífico partindo do próprio coração e das relações em família, passando pela sociedade e o meio ambiente, até chegar às relações entre os povos e entre os Estados”.
“Quero propor, aqui, três caminhos para a construção duma paz duradoura. Primeiro, o diálogo entre as gerações, como base para a realização de projetos compartilhados. Depois, a educação, como fator de liberdade, responsabilidade e desenvolvimento. E, por fim, o trabalho, para uma plena realização da dignidade humana. São três elementos imprescindíveis para tornar possível a criação dum pacto social, sem o qual se revela inconsistente todo o projeto de paz. Aos governantes e a quantos têm responsabilidades políticas e sociais, aos pastores e aos animadores das comunidades eclesiais, bem como a todos os homens e mulheres de boa vontade, faço apelo para caminharmos, juntos... E que sempre nos preceda e acompanhe a bênção do Deus da paz!”.

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