Uma divertida história de Esdras Pereira quando atuou no Jornal do Brasil
26/11/2021 06:53 - Atualizado em 26/11/2021 07:00
Esdras Pereira, que faleceu esta semana, aos 63 anos, prestes a completar 50 anos de carreira, foi protagonista de uma divertida história quando atuou no Jornal do Brasil, nos anos 70.
Esdras, iniciante no JB, muitas vezes pegava uma “carne de pescoço” nas pautas que recebia da editoria Rio.
Imagina ser escalado para cobrir praia no calor escaldante do alto verão carioca de terno e bolsa recheada de nikons, lentes e aquela parafernália toda inerente ao fotojornalista.
Pois era lei severa no JB. Só podia se entrar, na empresa, ou nos carros do jornal, de terno. De plantão em um domingo, Esdras foi para o sacrifício.
Copacabana, 14h, lanchas avançando a faixa dos 200 metros de segurança, o quadro, para quem estivesse de terno ali, era para fazer uma forçada sauna, com direito a areia no sapato e gozação das banhistas.
No retorno ao JB, muito puto, sujo, suado, Esdras abriu o verbo no elevador social:
— Pô, que absurdo! Fazer praia de terno... Quem foi o idiota que inventou isso?
Todo mundo quieto.
— Agora vou passar o dia todo neste estado por conta desse mané.
Silêncio absoluto.
Quando o elevador chegou no andar da redação e a maioria das pessoas desceu, foi aquele alvoroço.
Alguém vira para Esdras e diz:
— Cara, o mané a que você se referiu estava no elevador. O coroa que subiu com a gente é o Nascimento Brito (diretor do JB). O homem! Ele é o maior linha dura. Você está na rua!
Esdras foi chamado para conversar com Nascimento Brito. O homem o olhou da cabeça aos pés e lhe deu aquela descompostura por ter desrespeitado o ambiente do jornal, feito críticas em público, etc. e tal.
Mas, no final, disse que pelo menos uma coisa boa o incidente tinha gerado.
A partir daquele momento, para não ter novamente nenhum funcionário tão desalinhado, quem fizesse cobertura de praia estaria liberado do paletó. Só do paletó. Mas tinha que vestir na volta.
A turma não aplaudiu Esdras. Mas que adorou a medida, adorou.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Saulo Pessanha

    [email protected]