Lagoa de Cima: um paraíso que pede socorro
24/11/2021 12:54 - Atualizado em 06/01/2022 15:42
Belezas Lagoa de Cima
Belezas Lagoa de Cima / Leonardo Berenger
Uma das mais belas áreas de lazer do nosso município, Lagoa de Cima, ainda carece de atenção, principalmente na sua preservação ambiental. Com a chegada da temporada de férias de fim de ano, os problemas são acentuados.
Considerado por muitos um paraíso, este importante patrimônio natural se tornou um dos principais pontos turísticos de Campos, motivado pela proximidade de cerca de 30 quilômetros da área central da cidade e sua exuberância.
Relatos históricos dão conta do cenário encantador desde a era Dom Pedro II, quando ao passar pela região, o então imperador do Brasil chamou Lagoa de Cima de “Lago dos Sonhos”.
Mas apesar de tamanha importância e ser uma Área de Proteção Ambiental, a área pede socorro com infraestrutura precária, crescimento desordenado e reflexos diretos no seu rico ecossistema.
São construções feitas às margens da lagoa sem respeitar o distanciamento que consta em lei, lixo na água, falta de saneamento básico e estacionamento irregular na área de proteção.
Secom - Campos
O lado com mais problemas é também onde há a maior concentração urbana com comércio que atrai também os turistas, sendo o seu acesso por Santa Cruz ou a Tapera. Mas há ainda uma outra ponta bastante acessada por Ibitioca, passando em Pernambuca, onde fica o Yatch Club e a tradicional Igreja Santa Rita de Cássia no alto de um morro.
Os acessos aos dois lados apresentam problemas com estradas esburacadas, inclusive recentemente o trecho de Santa Cruz passou reparos paliativos em uma parceria da Prefeitura com o Governo do Estado, mas ainda longe do ideal.
O transporte para Lagoa de Cima é insuficiente, o que também dificulta quem busca o local, mas por outro lado é grande o número de pessoas que vai até o lugar praticando esportes como corrida e pedal. Mas, mesmo para este pessoal, o caminho muitas vezes oferece risco pela falta de acostamento.
Lagoa de Cima
Lagoa de Cima / Rodrigo Silveira
Além da estrutura limitada, os comerciantes do local alegam falta de incentivo ao turismo, já que mesmo durante o verão não há uma programação que explore muito bem o potencial da região, o que é ainda pior em outras épocas do ano.
Há quem viva da pesca artesanal, muitas vezes também comprometida pelos danos ambientais na lagoa e pelas cheias provocadas por chuvas e a água vinda de dois rios: Imbé e o Urubu, que também invade estradas e propriedades rurais. Reflexo também da obstrução de canais e construção de diques irregulares que atrapalham o fluxo da água pelo rio Ururaí com destino à Baixada Campista.
Fato é que, independente de todos os problemas e o desgosto de ver este paraíso parado no tempo, não há como visitar Lagoa de Cima e não se encantar com sua exuberância que ainda resiste à falta de preservação.
Eu mesmo sou um destes apaixonados, seja curtindo a calmaria do sítio da nossa família na região ou escolhendo o local como destino no pedal que faço com os amigos.
E como admirador deste patrimônio natural, fica sempre a nossa torcida para que as pessoas cuidem mais deste paraíso e que o poder público possa buscar parcerias para a devida valorização e exploração responsável do turismo na área.
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    Sobre o autor

    Fabiano Rangel

    [email protected]

    Educador e empreendedor em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, sou graduado em Educação Física pela Universidade Salgado de Oliveira (Universo) e professor concursado da área no Governo do Estado do Rio de Janeiro desde 2007. Atuei como coordenador pedagógico e geral de várias escolas particulares em Campos até 2011. Fui também coordenador administrativo do Sesc Mineiro, em Grussaí, no município de São João da Barra, até 2013. Há oito anos me dedico ao Centro Educacional Riachuelo como Diretor Geral das cinco unidades, que formam hoje o Grupo Riachuelo. Sou pós-graduado em Gestão Escolar Integradora e Gestão de Pessoas pelo Instituto Brasileiro de Ensino (IBE). Atualmente também sou apresentador do programa Papo Cabeça na rádio Folha FM 98,3.