Ventos do Açu foca em offshore
15/10/2021 20:09 - Atualizado em 16/10/2021 12:00
Complexo do Açu
Complexo do Açu / Divulgação
O Complexo Eólico Marinho Ventos do Açu, composto por 144 aerogeradores de 12 a 15 MW, terá potência total instalada de até 2,16 GW. Esse é o novo projeto de energia renovável que a Prumo Logística trabalha em parceria com o fundo americano EIG Global Energy Partners e a Mubadala Investment Company. Em agosto último, foi dado mais um passo importante para a viabilização do projeto ao iniciar processo de licenciamento junto ao Ibama.
O empreendimento ficará localizado entre uma distância mínima de 20 km e máxima de 54 km, da costa dos municípios de Campos e São João da Barra, no norte fluminense, com profundidades que variam entre 14 e 67 metros. O Açu já conta com calado e capacidade portuária operacional adequadas para o desenvolvimento do Complexo Eólico.
“Ventos do Açu é a materialização de um dos nossos objetivos estratégicos: acelerar o desenvolvimento de negócios com foco na transição para uma economia de baixo carbono. O Porto do Açu está localizado próximo a uma das três melhores regiões do país em incidência de ventos offshore, com velocidade média de até 9 m/s. Além disso, possui infraestrutura portuária operacional única no país para apoiar a instalação e operação de projetos eólicos marinhos, além de áreas propícias para a instalação de bases de produção e manutenção de peças e equipamentos. As características que fazem do Açu a principal base logística para as atividades de O&G offshore são as mesmas que ajudarão a impulsionar o desenvolvimento de parques eólicos marinhos no Sudeste”, ressalta Mauro Andrade, diretor Executivo de Desenvolvimento de Negócios da Prumo.
 
O Complexo Eólico Marinho Ventos do Açu foi dividido em 4 Parques Eólicos Offshore (PEO): Ventos do Açu 1, Ventos do Açu 2, Ventos do Açu 3 e Ventos do Açu 4. Cada PEO possuirá 540 MW de potência total, garantida por meio da instalação de 36 aerogeradores em cada parque.
Além da porção marinha compreendida pelos quatro parques offshore, foram considerados dentro da área de estudo a passagem dos cabos submarinos de exportação de energia e transição terra-mar, subestação onshore e as Linhas de Transmissão em terra até a conexão com o Sistema Interligado Nacional (SIN) em Campos.
A Ficha de Caracterização da Atividade (FCA) protocolada no Ibama no dia 06 de agosto deste ano, foi o primeiro passo do processo para obtenção da licença prévia do projeto.
Agora, o próximo passo será a elaboração do estudo prévio de impacto ambiental. Devido ao pioneirismo da atividade no Brasil, a expectativa é que a avaliação de estudos de impacto ambiental desta natureza pelo Ibama seja feita entre 18 meses e 24 meses.
Eólica de Gargaú foi a primeira
Em 2010, quando colocar em prática projetos de energia limpa ainda parecia uma realidade distante, os ventos da praia de Gargaú, no município de São Francisco de Itabapoana, atraíram para a região o primeiro empreendimento: oParque Eólico de Gargaú. Além de referência turística, virou um marco da energia eólica no Norte Fluminense e de toda a região Sudeste do país.
Com seus 17 aerogeradores e potência de 28 MW por dia, ela possui capacidade de produzir energia para cerca de 80.000 habitantes. Ocupando uma região de 1254 km², suas obras tiveram duração de dois anos, antes da usina eólica entrar em operação. A energia produzida no Parque Eólico de Gargaú segue para uma central, para posteriormente ser distribuída nacionalmente, através do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).
No período da construção, as carretas com materiais chamavam atenção por onde passavam. Em sua maioria, os veículos chegam transportando as pás com cerca de 40 metros de comprimento, que compõem as torres de captação dos ventos. Na ocasião, o investimento foi em torno de R$ 130 milhões.
O empreendimento é da empresa brasileira Ecopart Ltda. Para que o projeto fosse implantado, um estudo de aproximadamente um ano e meio foi realizado para verificação da capacidade e do perfil dos ventos em todas as estações. Os especialistas chegaram à conclusão de que o litoral de São Francisco tem vento constante durante todo ano.
Atração turística — O Parque Eólico de Gargaú gera tamanha curiosidade por parte dos turistas que procuram o litoral, inclusive por estar em área deuma lagoa de prática de “kitesurf”, que se transformou em tema de reportagem que integra série de produções sobre turismo no Rio de Janeiro. A iniciativa é do Sesc-Rio em parceria com a Band Rio. A reportagem irá ao ar em novembro, dentro do projeto “Sesc RJ na Estrada”.

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