Professores do município entram em greve com "não ao ensino híbrido"
Dora Paula Paes 21/05/2021 17:41 - Atualizado em 21/05/2021 19:44
divulgação subcom-Campos
Os professores da rede municipal de ensino de Campos aprovaram greve em defesa da vida, com um "não ao ensino híbrido". A assembleia do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), de Campos, aconteceu na noite de quinta-feira (20). Os profissionais enumeram dez ações, neste momento, que se recusam a voltar para as salas de aula antes das duas doses da vacina contra a Covid-19, como propõe o município. No próximo dia 2 de junho, o Sepe promoverá uma nova assembleia.
"A assembleia da rede municipal de Campos foi vitoriosa pela participação ampla da categoria e aprovadas ações importantes para a luta coletiva", destaca a dirigente, Graciete Santana, que salienta "a categoria está criando um GT jurídico e um GT de Comunicação".
O sindicato pretende enviar e-mails para a Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) e ao presidente da Comissão de Educação na Câmara para falar da demanda pela vida. Uma carreata também será realizada para sensibilizar a sociedade. "Ainda ficou definido que nenhum professor de creche vai assumir o ensino fundamental e o Ministério Público será informado, porque vamos denunciar a inércia do Conselho Municipal de Educação de Campos", ressalta a sindicalista.
O secretário Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, Marcelo Feres, tem reunião agendada com o Conselho Municipal de Educação na próxima quarta-feira e com representantes do Sepe no dia 1º de junho e está à disposição para esclarecer possíveis dúvidas dos profissionais. Segundo informou, em nota, a implantação do ensino híbrido seguro vai acontecer de forma gradativa, respeitando os protocolos de biossegurança.

Explicou, contudo, que a convocação dos professores da Educação infantil realizada nesta semana visa fazer avançar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, que deve priorizar o interesse dos estudantes. "Trata-se de ação com caráter emergencial e excepcional, somente enquanto durar o período de pandemia da covid-19 e o ensino híbrido e/ou exclusivamente remoto. A medida vai favorecer os professores de berçário e maternal (3 meses a 3 anos de idade), incluindo-os entre os professores que passarão a receber a gratificação por regência de classe, uma vez que as atividades pedagógicas das creches, especialmente para o atendimento dessa faixa, não podem ser plenamente realizadas pois a interação virtual pontual com os pais desse grupo de alunos não é equivalente à ação pedagógica", diz a nota.

Segundo a pasta, um grande número de professores de creche vem atuando regularmente como professores no ensino fundamental através do RET (regime especial de trabalho). Portanto, não é algo distante da realidade desses servidores. "Além disso, não se trata de desvio de função pois as exigências curriculares para assumir essas turmas são as mesmas exigidas para atuação em berçário e maternal, já que todos estão inseridos na classificação de Professor II. Importante ressaltar, ainda, que não haverá redução salarial. Ao contrário, haverá decréscimo de carga horária, com a preservação salarial e a possibilidade de receberem a gratificação por regência de classe",finaliza.

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