Possível mudanças em secretaria causa reação de movimentos sociais
23/05/2021 09:22 - Atualizado em 23/05/2021 09:22
Com um pé e quatro dedos no PL, o governador Cláudio Castro (PSC) prepara uma "dança das cadeiras" no alto escalão de seu secretariado de olho no apoio de outros importantes partidos à sua candidatura à reeleição em 2022. Um dos cotados para ganhar a principal cadeira na secretaria estadual de Governo é o campista Rodrigo Bacellar (SD) – também de partida para o PL. O blog mostrou (aqui) que, se não for nomeado, Bacellar ganhará a liderança do governo na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj). No entanto, uma outro possível mudança tem causado grande reação negativa, principalmente de movimentos sociais e entidades representativas da assistência social e dos Direitos Humanos.
Outro deputado estadual da região, Bruno Dauaire (PSC) – aliado de primeira hora de Castro – foi convidado pelo governador para assumir a secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos no final do ano passado, em meio a primeira reforma promovida por Cláudio no secretariado, com objetivo de angariar mais apoio na Alerj durante o processo de impeachment de Wilson Witzel. Em pouco mais de seis meses à frente da pasta, atuou para a abertura de restaurantes populares, ampliação das políticas de combate à violência contra mulher, proteção social e de interiorização das ações da secretaria. 
No entanto, a secretaria que será responsável também pela distribuição do auxílio emergencial estadual, o Supera RJ, passou a ser cobiçada pelos novos amigos do governador, em especial pelo Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. E é exatamente este um dos principais motivos que fizeram com que pelo menos sete entidades representativas, como a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) e o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas), divulgarem notas de repúdio contra a possível troca de secretário.
Além do receio de uma escalada conservadora nas pautas sociais e de Direitos Humanos, a outra preocupação é pela falta de continuidade dos trabalhos em uma pasta que ganhou ainda mais importância com o aumento da vulnerabilidade social durante a pandemia de Covid-19. 
Inicialmente, a deputada estadual e pastora Tia Ju (Republicanos) chegou a ser cogitada para assumir o posto, assim como Matheus Quintal, candidato que ficou na oitava colocação das últimas eleições para prefeito em Petrópolis. Mas não é descartado outro nome ligado à ala evangélica do partido.

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Aldir Sales

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