Fábio Ribeiro: Turismo para preservar a história e fortalecer a economia
- Atualizado em 11/05/2021 16:02
Divulgação
Alguns artigos atrás, falei da importância do turismo ecológico para o desenvolvimento do interior e, no momento em que a Câmara abre espaço para debater e oficializar a data que, historicamente, melhor represente a criação de Campos, destacarei, neste, o turismo histórico e cultural que, interligado ao rural, gastronômico e ao religioso, vencida a pandemia de Covid-19, poderá significar um importante incremento à economia de nosso município e região. Região porque grande parte de nossa história se desenvolveu em terras hoje pertencentes a outros municípios.
No artigo, citei que, em visita à Lagoa de Cima, Dom Pedro II, encantado com sua beleza, a descreveu como Lago dos Sonhos. E foi ele, o último imperador do Brasil, que, em 1883, inaugurou a iluminação pública elétrica em Campos, tornando nossa cidade a primeira da América Latina a contar com o serviço. A inauguração, noticiada nacional e internacionalmente, foi capa do Monitor Campista, cuja redação também foi a primeira a ter luz elétrica.
É nossa a Livraria Ao Livro Verde, construída em 1844, a mais antiga do Brasil, assim como sediamos a primeira agência do Correios e Telégrafos (1875) do país. No Cabo de São Tomé, avistado pela primeira vez em 1501 por nossos “descobridores”, temos o Farol de São Tomé, construído em 1882 em comemoração ao aniversário da Princesa Isabel, que foi projetado pelo engenheiro francês Gustave Eiffel, o mesmo da Estátua da Liberdade (1888) e da Torre Eiffel (1889).
Temos edificações históricas belíssimas, como o palacete de Finazinha Queiróz (Vila Maria), o solar do Barão da Lagoa Dourada (Liceu de Humanidades), o Fórum Nilo Peçanha, inspirado no Parthenon de Atenas. Temos casarios, como o Solar dos Ayrizes, inspiração de Bernardo Guimarães como local onde vivia a escrava branca Isaura; o Solar do Colégio (Arquivo Público), onde foi enterrado o corpo de Benta Pereira, personalidade que marcou o levante por nossa autonomia e a luta das mulheres pelos direitos. Temos as igrejas, construções como o Mosteiro de São Bento (Séc. XVII), em Mussurepe. Sem contar festas religiosas, folclóricas e tantos circuitos.
Temos uma história rica demais e que deve ser melhor aproveitada. É preciso um levantamento de todo esse patrimônio, para pensarmos ações e projetos, tais como refazer a rota dos desbravadores, do ciclo da cana de açúcar; passeios guiados; pontos de visitação com galerias de exposição literária, artes plásticas, artesanato; pontos de degustação da culinária típica, etc. Investir no turismo com essas vertentes, além da preservação e fortalecimento de nossa identidade histórica e cultural, é promover o desenvolvimento de localidades e distritos, impactar positivamente a economia, com a geração de empregos e renda.

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