ARTIGO DE WHALAS MENDONÇA DA SILVA
“Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem.” (Bíblia Sagrada, Mateus, Capítulo 7, Versículo 6).
Caro Leitor
Diante das muitas e perigosas distorções, verificadas à todo tempo, acerca da compreensão do Texto das Sagradas Escrituras, especialmente, quando observamos os diversos ajustamentos hermenêuticos desconexos (às vezes, realizados por motivação escusa) para um sem número de versículos da Bíblia Sagrada, doravante, adotarei a postura de publicar a sustentação bíblico-teológica e filosófica de algumas possíveis refutações atinentes a temas polêmicos, sempre que me forem oferecidas as devidas motivações. Sendo assim, está em destaque nesta ocasião, o texto do Evangelho Segundo Escreveu Mateus, Capítulo Sete e Versículo 6.
Primeiramente, uma visão panorâmica do tema.
Aos que se interessam pelo estudo da coletânea de livros sagrados dos Judeus, chamada de Talmud, sugiro que consultem o seu comentário acerca do texto bíblico de Cantares de Salomão 1:2, onde a Torah ou “Os Cinco Primeiros Livros de Moisés” (Pentateuco do Antigo Testamento) é comparada a um "verdadeiro tesouro". Assim sendo, para nós, Cristãos, o Novo Testamento deve ser considerado como um tesouro ainda mais profundo que a Torah, razão pela qual, deveríamos nutrir mais estima pela solenidade da sua proclamação. No entanto, Mateus 7:6, definitivamente, não sugere que o Evangelho ou que as proposições bíblicas, teológicas ou filosóficas acerca do Reino de Deus, não devem ser anunciados aos considerados “pagãos”, “rústicos" ou mesmo aos “pecadores grosseiros”, pois o Novo Testamento, em sua completude, se volta categoricamente contra essa suposição.
Além da estultícia manifesta dos religiosos “seguidores do Cristianismo” (não me refiro aqui aos Seguidores do Cristo e herdeiros da Fé Cristã, mas sim, aos meros seguidores de uma religião chamada “Cristianismo”, cujas categorias religiosas em muito se assemelham à imensa diversidade dos credos) é preciso considerar também o grande perigo deste tipo de postura.
Agora sim, uma breve análise de alguns componentes do texto.
A expressão “coisas santas”, que aparece no texto como algo que não deveria ser dedicado aos cães, segundo o entendimento de hermenêutas renomados, parece aludir às “carnes oferecidas em sacrifício”, cujos rejeitos eram retirados do altar e, provavelmente, lançados pelo Sacerdote aos muito cães que infestavam as cidades do oriente.
Quanto a expressão “vossas pérolas”, sabemos hoje, da existência de preciosidades que eram, na ocasião da tecitura do texto de Mateus 7:6, chamadas de “pérolas-sementes” e que tais objetos mantinham semelhança com os minúsculos “grãos de ervilha” e com os pequeninos “grãos de milho”, ambos utilizados na alimentação das manadas de porcos. O que poderia bem, formar na mente do ouvinte, a imagem de "um homem rico que jogava mãos cheias dessas pequenas pérolas aos porcos”.
Sendo assim, a advertência de Cristo, contida no profundo ensinamento, objeto de interesse da presente reflexão, não se relaciona à “expressão pública da fé do cristão”, o que seria considerada uma fatal contradição com muitas outras passagens bíblicas. Ela me parece muito mais, um aviso para que não degrademos nossa fé tão preciosa e para que não permitamos que ocorra a nossa própria degradação, ao dirigirmos nossa “prédica" aqueles que desdenham da Fé no Cristo de Deus e nos Seus Ensinamentos de forma deliberada e até mesmo, como já afirmei, oferecendo um tipo de oposição “severa e destrutiva”.
Quanto a expressão “porcos…cães”, podemos assegurar que estes animais eram considerados “imundos”, segundo interpretação da Lei dos Judeus, à partir da hermenêutica de textos bíblicos como: 1 Reis 21:19; 1 Reis 22:38; 2 Samuel 3:8; 2 Samuel 9:8; Mateus 25:26 e Apocalipse 22:15. E, embora não pareça “politicamente correto” (sinceramente, eu não dou a mínima para a re-Significação que pretendem atribuir a esta expressão!), nas páginas da Bíblica Sagrada, animais como “cães" e “porcos" são apresentados como símbolos de certos tipos de “seres humanos”.
Por fim, a expressão “Voltando-se, vos dilacerem”. Bem, embora alguns estudiosos tendem a aceitar a aplicação desta ação apenas para os porcos, sabemos que os cães do oriente, diferentemente dos nossos “bichinhos de estimação", frequentemente, apresentavam comportamento altamente violento. Acredito que alguns não saibam, mas os cães do oriente comem carne putrefata, lixo ou qualquer coisa que encontrem pelo caminho e, por isso, acreditamos que foram utilizados nos ensinamentos do Mestre para ilustrar a natureza de alguns seres humanos.
Concluindo, deixo o alerta de que precisamos usar de cautela com as pessoas que percebemos possuidoras do perfil que se ajusta ao descrito neste comentário, sem, contudo, jamais evitar ajudá-las! Todavia, faz-se absolutamente necessário não permitir que a Fé Cristã se torne motivo de zombaria e de escárnio, frente ao nosso consentimento.
Assim, rogo ao Senhor Deus, Criador e Sustentador de todas as coisas, que nos comunique a porção exponencial do Seu Santo Espírito, para que “Não sejamos frouxos no momento da angústia” (Livro dos Provérbios 24:10).
Graça e Paz!
ITAPERUNA-RJ, 10. 15:30.11.2020
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Nino Bellieny
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