Uma união de forças entre os agentes políticos de diferentes bandeiras para a administração de Campos em meio a um cenário de queda na arrecadação financeira. Foi o que que defendeu o ex-vereador e pré-candidato a prefeito Fábio Ribeiro, presidente do diretório estadual do PSD, em entrevista ao Folha no Ar desta quarta-feira (5). Secretário de Administração na gestão Rosinha Garotinho (Pros) e citado junto com a prefeita e mais 12 pessoas na lista de envolvidos em indícios de crimes pela CPI do Previcampos, Fábio negou ilicitudes e classificou a leitura do relatório como “eleitoreira”. No campo político, apesar de estar com o nome colocado pelo grupo, destacou a pré-candidatura de Wladimir, assim como não descarta em um eventual governo contar com apoio na gestão de nomes como Rosinha, Anthony Garotinho e Arnaldo Vianna (PDT), pai do também pré-candidato a prefeito Caio Vianna (PDT). Fábio também comentou sobre o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus e, apesar de críticas a outras questões da Saúde, elogiou a atuação do município nessa questão.
O presidente do PSD em Campos afirmou que caso seja ele o candidato do grupo garotista, com aval da liderança, será uma demonstração de “desprendimento” do deputado Wladimir Garotinho, que continuaria em Brasília e poderia articular recursos para o município, mas nada estaria definido ainda. Fábio pregou a união dos agentes políticos — o deputado federal e os estaduais Bruno Dauaire (PSC), João Peixoto (DC) e Rodrigo Bacellar (SD) — para que defendam a “bandeira de Campos”. Ele ainda revelou conversar com todos as peças no tabuleiro de 2020, inclusive Bacellar e Caio, mas que não teria chance de diálogo com o prefeito Rafael Diniz (Cidadania). Ainda assim, defendeu uma pacificação:
— Nosso pré-candidato é o Wladimir. Estamos propondo aos outros agentes políticos uma pacificação, uma união por Campos. Caso isso não ocorra, o nosso candidato será o Wladimir Garotinho, que está preparadíssimo para isso.
Para Fábio Ribeiro, o próximo prefeito de Campos terá que pensar apenas no mandato, não em construção de carreira política. “O futuro prefeito de Campos tem que ser um síndico, tem que pegar todas as rubricas do orçamento e reduzir. Especialmente a despesa de pessoal, que a maior despesa do município hoje. Nossa postura será de transparência, tanto na campanha, como no governo. Seja o deputado Wladimir o candidato ou eu o nosso candidato, a gente acordou que seremos transparentes com o eleitor”, disse.
Questionado sobre a eventual participação do casal Garotinho caso seja o próximo prefeito, Fábio afirmou que não se “pode negar a experiência administrativa” dos ex-governadores e que é preciso somar forças. Ao ser indagado se os políticos da Lapa serão secretário, Fábio não descartou e ainda revelou mais um ex-prefeito como possível auxiliar direto da administração: “Vai depender do contexto. Podemos até convidar o Arnaldo Vianna para secretário de Saúde, não seria uma boa? A gente tem que pensar sempre para Campos. Não acredito que Garotinho e Rosinha não possam contribuir para Campos. Vão contribuir e muito. Garotinho e Rosinha terão participação efetiva (em um eventual governo), mas se serão secretários ou não, isso a gente defende lá na frente”.
Ao comentar as declarações de Wladimir, que no Folha no Ar do dia 9 de julho, levantou a questão de receio quanto a atuação de juízes e delegados no pleito, para que não seja transferido para ele o que aconteceu com sua família e seu grupo, Fábio disse acreditar na Justiça. Apesar disso, fez críticas à operação Chequinho e afirmou compreender a postura do deputado federal.