Na noite de sábado (8), a cabeça de Guilherme Gomes Bravo, 17 anos, morador do Parque Boa Vista, foi encontrada dentro de um saco de cimento na rua Antônio de Castro, no Parque Presidente Vargas. De acordo com a polícia, ela caiu de uma motocicleta que passou pelo local, possivelmente quando seguia para um local onde seria jogada.
A família afirma que Guilherme, cujo restante do corpo ainda não foi localizado, não tinha envolvimento com ativides ilícitas. A polícia confirmou que a vítima não poossuía antecedentes criminais. Não é descartada a hipótese de que o homicídio tenha sido cometido por engano ou simplesmente para demonstração de força de uma facção criminosa.
Na tarde de segunda-feira (10), familiares de Guilherme e outros moradores do Parque Boa Vista fecharam a BR 101 em ambos os sentidos durante manifestação, pedindo justiça. Eles exigem uma solução para o crime e a prisão dos responsáveis.
No dia em que a Lei Maria da Penha completou 14 anos, sexta-feira (7), o corpo de uma mulher foi encontrado decapitado, pela manhã, à margem da BR 101, na altura de Travessão. Populares acharam o cadáver próximo a um posto de combustível, enrolado em um lençol, com as mãos e os pés amarrados por uma fita adesiva. Ninguém reconheceu a vítima como moradora das proximidades.
De acordo com a polícia, a mulher usava uma camisola. Há indícios de que ela não tenha sido morta no local onde foi encontrada, pois não havia vestígios de sangue no chão ou nas imediações. A cabeça estava ao lado do corpo.
Titular da 146ª DP, de Guarus, o delegado Pedro Emílio Braga informou que sua equipe trabalha com prioridade nos dois casos, devido à brutalidade dos criminosos.
— Foram muitos os avanços nesse fim de semana, e o primeiro fato já se encontra em estágio avançado de linha investigativa, inclusive com a identificação de prováveis suspeitos. Os crimes serão rigidamente reprimidos e, ao longo da semana, traremos os resultados — garantiu Pedro Emílio.
O comandante do 8º BPM, tenente-coronel Luiz Henrique Barbosa, destacou que os crimes indignaram a população, até mesmo os policiais, e demonstrou confiança em relação à prisão dos envolvidos.
— O fato de ter tido crimes brutais não demonstra que a sociedade está ficando insegura. Estamos buscando a autoria juntamente com a Polícia Civil, temos certeza de que em breve vamos efetivar as prisões. Mas, para mim, isso está vinculado a justamente um desespero e ter que mostrar através de crueldade o poder que tem, no sentido figurado, pois essas pessoas não têm poder nenhum. Trata-se de disputa de poder. Geralmente, um líder foca na crueldade até para se impor diante dos outros. Vamos trabalhar para que a gente não perca esse status de redução de crime, porque é isso que a gente sempre busca — disse nessa segunda-feira (11).
Anteriormente, Luiz Henrique já havia comentado o sigilo da apuração policial em relação aos crimes: “Não podemos dar detalhes sobre as investigações, mas o objetivo das polícias é apresentar uma solução o mais breve possível. Estamos trabalhando para que tudo seja esclarecido, e os autores, presos”.
Duplo homicídio — Por volta das 21h30 de domingo (9), dois homens foram mortos a tiros em frente ao Ciep Wilson Batista, no Parque Guarus. Segundo a Polícia Militar, eles estavam dentro de um carro e teriam sido obrigadas a descer, no momento em foram atingidos por vários tiros. Ambos morreram na hora. O caso também foi registrado na 146ª DP.
Período sem homicídios — No início de junho, o 8º BPM e a 146ª DP comemoraram a marca de um mês sem registro de homicídios na área de Guarus, o que não ocorria havia pelo menos 20 anos.
De acordo com o delegado Pedro Emílio e o comandante Luiz Henrique, o resultado inédito foi fruto do trabalho desenvolvido pelos profissionais da segurança pública, aliado aos efeitos colaterais da pandemia do novo coronavírus.