Números da Covid-19 são crescentes no interior
Daniela Abreu 01/08/2020 09:33 - Atualizado em 03/08/2020 18:19
Enfrentamento ao coronavírus
Enfrentamento ao coronavírus / Divulgação - Agência Brasil
Os casos de Covid-19 continuam a crescer no Norte e Noroeste do Estado e, pressionados pelo setor econômico, na contramão da linha de contágio, municípios elaboraram planos de retorno à normalidade e flexibilização do isolamento social e os mantiveram. De acordo com dados divulgados pelas prefeituras, a maioria dos municípios teve aumento nos índices, com exceção de Laje do Muriaé que reduziu o número de novos casos e mortes. Carapebus teve aumento somente no número de novos casos, assim como Cambuci, que segue como o único sem registros de óbito. Italva, Natividade, Quissamã e São José de Ubá registraram mais mortes e menos casos novos da doença. Campos apresentou aumento no registro de mortes e, também de recuperados, mas queda no registro de novos casos. Na última quinta-feira (30), o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) anunciou a permanência no nível 3, fase amarela do plano de retomada “Campos Daqui Para Frente” e a possibilidade de abertura de bares e restaurantes no próximo dia 06.
O nível 3 de flexibilização das atividades econômicas e sociais, em Campos, começou no dia 1º de julho. Na ocasião, o município registrava 1.891 casos confirmados da doença e 111 óbitos. Durante todo o mês, a fase amarela do plano de retomada foi mantida e até a última sexta-feira (31) foram confirmados 1.174 novos infectados e mais 100 mortes em decorrência da doença. Com isso, a cidade passou a contar com 3.065 casos confirmados e 211 óbitos. Neste mesmo período, o município contabilizou também 1.278 novos recuperados.
Em comparação com o mesmo período do mês de junho, quando Campos ainda estava em lockdown parcial, os dados mostram que houve uma redução de novos casos confirmados, porém no mês de julho os óbitos e casos recuperados aumentaram. De 1º a 30 de junho foram registrados 1.150 novos casos, 74 mortes e 920 recuperados. Desde o primeiro caso confirmado, no dia 23 de março, até o final de maio foram registrados 741 casos e 37 óbitos.
Em nota, vigilância em Saúde de Campos disse que “o gabinete de crise para ações de prevenção e combate ao coronavírus realiza semanalmente análise de diferentes dados do cenário epidemiológico - coeficiente de incidência da Covid-19 no município, casos confirmados e acumulados, distribuição espacial dos casos confirmados, ocupação de leitos, índice de isolamento, taxa de letalidade - levando em conta a margem de segurança e o monitoramento realizado diariamente dos indicadores de segurança para tomada de decisão. Apenas em caso de confirmação por seis vezes consecutivas, que o Município estará na Fase Amarela, serão liberados para atendimento ao público: bares, lanchonetes, cafés e docerias. Também estarão liberados academias, clubes, estúdio de pilates e box de crossfit. O horário de funcionamento será de segunda a sábado, de 6h às 22h”.
Na última semana, o Prefeito Rafael Diniz anunciou a manutenção do nível 3, Fase Amarela, do Plano de Retomada das Atividades Econômicas e Sociais — “Campos Daqui Para Frente” — na próxima semana. A decisão está nos Decretos 186 e 187/2020, publicado na edição suplementar do Diário Oficial do município. A medida vale de 0h do dia 3 agosto a 23h59 do dia 9 de agosto.
Flexibilização traz mais óbitos na região
Macaé segue com maior número de casos e com número de mortes abaixo de Campos. O município adotou a testagem em massa e iniciou a flexibilização de alguns setores. No dia 19 de junho, lançou o covidímetro, com indicadores de letalidade e ocupação de leitos. Desde então, são 4.024 novos casos, 50 novos óbitos e 4.258 novos casos recuperados. No comparativo entre junho e julho, houve redução de 16% no número de mortes e aumento de 32,3% no número de casos.
Mesmo com mais curados do que novos infectados, o município apresentou tendência de crescimento na quantidade de infectados na semana entre 19 e 25 de julho. Os dados fazem parte de um levantamento do Painel Covid-19 Norte e Noroeste Fluminense, com base nas informações divulgadas pelas prefeituras. A Prefeitura não se posicionou sobre o assunto.
Itaperuna iniciou a flexibilização do isolamento no dia 15 de junho e até a última quinta (30), somou 1.292 novos casos, 46 novos óbitos e aumentou para 390 novos recuperados. No comparativo entre junho e julho, o município teve 94% a mais no número de mortes e manteve o percentual no número de casos.
São João da Barra manteve o isolamento até 05 de junho, mas permitiu funcionamento de restaurantes, com restrições de espaço. A série de flexibilizações começou no último dia 08 de julho e até a última quinta (30) somava 234 novos casos, sete novas mortes e 284 novos recuperados. No mesmo período, de 08 a 30 de junho foram 141 novos casos, 2 mortos e saldo negativo em 11 no número de recuperados. O aumento no número de casos foi de 39,7% e de 71,4% no número de mortes. A Prefeitura foi questionada sobre medidas de contenção do vírus, mas não se posicionou sobre o assunto.
No comparativo entre junho e julho foram 400% a mais no número de mortes e mais 59,3% nos casos.
São Francisco de Itabapoana foi um dos primeiros municípios do Norte do Estado a flexibilizar regras de isolamento e de 1 a 30 de junho, registrou 5 novas mortes e 157 novos casos. No comparativo entre junho e julho, o município registrou 16% a mais no número de mortes e redução de 5,6% no número de casos.
São Fidélis também apresentou crescimento no número de casos e mortes expressivo, entre os meses de junho e junho. No comparativo entre os dois últimos meses foram mais 100% no número de casos e 137% a mais no número de casos.
A comunicação da Prefeitura disse que “devido ao aumento de caso entre os meses de junho e julho, a prefeitura resolveu fechar novamente o comércio, pela segunda vez. No entanto, o poder público abriu novamente. A Prefeitura vem acompanhando o número de leitos exclusivos para a Covid-19, atualmente com taxa de 30% de ocupação, para evitar um colapso na Saúde. As medidas podem voltar a ter fechamento, caso os leitos voltem a ser ocupados com maior índice”.
Municípios menores têm alta nos índices
Entre os municípios que apresentaram mais mortes e mais casos no comparativo entre junho e julho estão Conceição de Macabu com 500% a mais no número de mortes e 47% a mais no número de casos; Bom Jesus do Itabapoana com 450% a mais no número de mortes e 358% a mais de casos; Santo Antônio de Pádua com 25% a mais no número de mortes e 114% a mais no número de casos; Miracema com 166% a mais no número de mortes e 5,5% a mais no número de casos; Porciúncula com 600% a mais no número de mortes e 217% a mais no número de casos e Varre-Sai, que registrou a primeira morte e 93% a mais no número de casos
A prefeitura de Varre-Sai disse que “vai intensificar a fiscalização e está monitorando, mais severamente, os casos positivos e suspeitos para evitar novos contágios e vai ampliar o funcionamento do Centro de Triagem em mais 30 horas semanais. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde está distribuindo um kit de medicamentos para pacientes positivos”.
Dentre os municípios com menos mortes e menos casos estão Laje do Muriaé, que teve queda de 50% no número de mortes e 50,4% a menos no número de casos e São José de Ubá, que registrou 50% a menos no número de mortes e 39% a menos no número de casos.
Entre os municípios que tiveram aumento no número de mortes e redução no número de casos estão: SFI com 16% a mais no número de mortes e redução de 5,6% no número de casos; Itaocara com 133% a mais no número de mortes e 48% a menos no número de casos e Natividade 300% a mais no número de mortes e 50,5% a menos no número de casos. Quissamã também apresentou 200% a mais no número de mortes e 28% a menos no número de casos. As prefeituras de SFI e Quissamã não se posicionaram.
Carapebus manteve o percentual de mortes e registrou menos 4% no número de casos; Italva manteve o número de mortes e menos 47% no número de casos. Aperibé também manteve o percentual de mortes e 85% a mais no número de casos.
Cardoso Moreira registrou 60% a menos no número de mortes e 14% a menos no número de casos.

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