Instituições se manifestam contra modelo de ensino à distância no estado do Rio
Camilla Silva 25/03/2020 17:39 - Atualizado em 27/03/2020 14:15
Para tentar suprir a lacuna deixada pela suspensão das aulas durante a quarentena para combater o coronavírus, o Secretário Estadual de Educação, Pedro Fernandes, informou, no início desta semana, que vai implantar de imediato o modelo de Educação à Distância para os alunos da educação básica e superior. A medida gerou manifestação contrárias de instituições e associações que afirmam que há diferenças pedagógicas entre os dois formatos. A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) descartou a utilização do método para os cursos presenciais neste momento.
O Governo do Estado fechou uma parceria com o Google que visa otimizar o processo, sem gastar o pacote de dados tanto dos alunos, quanto dos professores, e, ainda, a possibilidade de entrega de material impresso a estudantes que não têm acesso a internet. Para os professores na mesma situação, há a possibilidade de abertura das unidades escolares. Até a tarde desta quarta, não havia informações sobre quando o material seria disponibilizado para a comunidade acadêmica.
— Na melhor das hipóteses essa situação deve se manter por até três meses. A gente sabe que nada pode substituir a presença do professor na sala de aula e qualquer coisa que a gente faça não será perfeita. Mas nós estamos em lidando com uma crise, estamos tendo fazer o melhor possível — afirmou o secretário de Educação.
O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ) se posicionou de forma contrária a medida. “A confirmação do formato de EAD proposto pela Secretaria de Educação confirma o que temíamos: a aplicação precipitada de um modelo que não compreende a diversidade da realidade dos estudantes e profissionais da educação do Estado do Rio de Janeiro. Na tentativa de dar respostas imediatas à sociedade e à opinião pública, o que está sendo proposto é um formato sem qualquer debate prévio com os profissionais de educação, com as direções e equipes técnico-pedagógicas das escolas, com os responsáveis e com os próprios alunos, ignorando de maneira intransigente das condições sociais reais de acesso à tecnologia de uma significativa parcela da população do Estado do RJ. Neste sentido, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro discorda do modelo autoritário que está sendo implementado pela Secretaria de Educação”, afirmou .
Universidades - Em nota, a reitoria da Uenf informou que a modalidade de Ensino a Distância- EAD, somente poderá ser executada nas situações nas quais esta modalidade de ensino já é prevista nos projetos pedagógicos, conforme a legislação em vigor. Neste período, no qual se recomenda o distanciamento social, o uso das mais diversas formas de Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs, para manter o relacionamento com os estudantes e/ou promover e difundir experiências e estimular a formação do conhecimento científico será estimulado. A modalidade de EaD é muito mais complexa, na sua estrutura e conceito, que o simples uso das TICs como apoio ao ensino”, defendeu.
A instituição afirma no documento, que em função das determinações estatutárias e das normas vigentes na UENF, não é permitido a substituição de atividades acadêmicas presenciais pela EAD nos atuais cursos presenciais de graduação e pós-graduação da Universidade. “Terminado o risco de contaminação da doença COVID-19, será apresentado para discussão dos colegiados um novo calendário que permita a recuperação do período dos 200 dias letivos”, completou.
Em manifestação coletiva, as Instituições Públicas de Ensino Superior e as de Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro reafirmaram compromisso com as estratégias de enfrentamento da Covid-19. No documento, as universidades criticam a possibilidade de encerramento da recomendação do isolamento domiciliar da população e retorno às atividades normais, conforme defendido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
Todas as instituições que atuam no Norte e Noroeste Fluminense assinaram o documento. “Relaxar as medidas preventivas antes de termos sequer atingido o pico da epidemia não trará qualquer benefício à população. Pelo contrário, pode gerar um cenário de caos social que dificultará ainda mais a própria retomada da atividade econômica. Com responsabilidade e serenidade a sociedade brasileira superará esse grande desafio e evitará perdas humanas desnecessárias”.

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