Verduras, legumes, frutas, laticínios, doces e biscoitos caseiros, pescados e muito mais. São opções oferecidas pela Feira da Roça da Praça da República, atrás da Rodoviária Roberto Silveira, que funciona dois dias da semana: na terça-feira e na sexta-feira, quando o movimento normalmente aumenta. O projeto funciona também em outros locais ao longo da semana, e é uma alternativa aos supermercados, hortifrutis e até ao tradicional Mercado Municipal, por concentrar alimentos produzidos pela agricultura familiar.

— Venho aqui porque nas bancas onde compro, os produtos são de lavouras sem agrotóxicos. Temos uma relação de confiança — explica a aposentada Cremilda de Souza, de 72 anos, ao lado da irmã Maria, de 80, também freguesa assídua. “São 30 anos plantando sem usar veneno. Ter a confiança do cliente é o mais importante, é um compromisso da nossa família”, destaca o feirante Adenil Martins, 44, da localidade de Cambucá, na região do Imbé.

Ao todo, a feira reúne cerca de 140 agricultores dos quatro cantos de Campos e até de parte do 5º distrito de São João da Barra. Edméia Rodrigues, 46, do assentamento Zumbi 4, no distrito de Travessão, trabalha na feira há pelo menos 10 anos. “Muitos dos nossos fregueses encomendam pelo aplicativo e não podemos decepcioná-los. Ainda de madrugada chegamos aqui, na terça e na sexta”, revela a agricultora, que produz de tudo um pouco, de frutas a verduras e legumes.

A educadora Marcela Rodrigues, 34, visita a Feira da Roça toda semana e também defende hábitos mais saudáveis quando o assunto é alimentação. “Nós somos o que comemos, portanto, além da prática de esportes e boas horas de sono, é fundamental nos preocuparmos com o que consumimos. Compro aqui na feirinha há mais de cinco anos e já trouxe muitos amigos pra cá”, revela.

Além da Feira da Roça da Praça da República, a primeira a ser implantada, inicialmente com pequenos produtores rurais da área de Rio Preto, estão funcionando outras cinco no município, em diferentes pontos e dias da semana. O secretário de Agricultura, Robson Vieira, destaca a sua importância social das feiras.

— Muitas destas famílias trabalharam por anos em usinas e fazendas do município e, ao conquistarem o próprio lote de terra, ganharam também mais autonomia. E nós, sob a constante orientação do prefeito Rafael Diniz, temos nos esforçado ao máximo para prestar o apoio necessário aos assentados, aos agricultores familiares e quilombolas — conclui o secretário.