Expectativa pelo tabuleiro eleitoral em Campos
Aldir Sales 10/08/2019 15:03 - Atualizado em 16/08/2019 14:17
Fotos: Folha da Manhã e Divulgação
Depois de esquentar anteriormente, o clima no tabuleiro eleitoral na planície goitacá esfriou um pouco na última semana. Os principais nomes cotados para a corrida pela Prefeitura de Campos em 2020 trabalharam mais nos bastidores e deixaram de lado os embates públicos. Pelo menos por enquanto. Nos próximos dias a expectativa é que o cenário volte a pegar fogo com novas definições na medida que o pleito se aproxima. Já nesta terça-feira será formalizada a filiação do presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro (FCDL), Marcelo Mérida, no PSC do governador Wilson Witzel. O movimento promete mexer no tabuleiro.
Junto com o anúncio de Mérida, o principal movimento público da semana foi o encontro promovido pelo ex-prefeito Arnaldo Vianna (MDB) entre seu filho, Caio Vianna (PDT) e o deputado estadual Gil Vianna (PSL), ambos pré-candidatos a prefeito.
Gil Vianna foi candidato a vice na chapa de Caio em 2016, quando o pedetista ficou na terceira colocação. Apesar da especulação nos bastidores de uma eventual composição entre os dois e o também deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) para a formação de uma “terceira via”, o político do PSL tem dito reiteradas vezes desde o início do ano que não haveria possibilidade de apoiar Caio Vianna novamente. Porém, o encontro no final de semana volta a abrir a temporada de especulações.
Em nota, Gil Vianna voltou a negar que houve qualquer conversa sobre 2020. “O que aconteceu foi um convite de dr. Arnaldo, pessoa na qual me dou muito bem, para uma conversa sobre Campos com ele e Caio, de quem fui vice em 2016.
Enquanto isso, na última quarta-feira, no programa Folha no Ar, na rádio Folha FM 98,3, o líder do governo na Câmara Municipal, Paulo César Genásio (PSC), disse que não será candidato à reeleição no ano que vem e também falou que não acredita em uma candidatura do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) à Prefeitura.
— O grupo político dele não arriscaria tirá-lo de Brasília porque o pai (Anthony Garotinho) precisa dele lá, até porque as pendências da família são muito grandes, e eu tenho certeza de que muitas coisas passam por Brasília. Eu acho que hoje nós estaríamos trabalhando para um debate com a terceira via. A população já deu uma resposta muito grande na eleição passada de que não quer o grupo do Garotinho de forma alguma — afirmou o vereador.
Mérida assume PSC na próxima terça-feira (13)
Marcelo Mérida disputou a última eleição para deputado federal pelo PSD, atual partido de Wladimir Garotinho, mas não obteve resultado esperado e acabou não sendo eleito. Com a mudança para o PSC de Witzel, o líder lojista tenta ganhar protagonismo em uma legenda forte no Estado. Mérida deve assumir a presidência municipal da legenda no lugar do pastor Marcos Elias. E se cacifa para ser pré-candidato a prefeito de Campos em 2020, ou para compor a chapa com Wladimir.
Ao blog Opiniões, do jornalista Aluysio Abreu Barbosa, hospedado no Folha1, Mérida relembrou que já havia conversado duas vezes com o governador sobre sua ida ao PSC. Quanto ao pleito majoritário de 2020 em Campos, disse ser ainda cedo. E que seu objetivo é fortalecer o partido no município e na região. No entanto, adiantou que a discussão da eleição a prefeito de Campos tem que se dar em cima de projetos, não de nomes. Lembrado que este é o mesmo discurso de Wladimir, o lojista e ex-secretário municipal de Rosinha Garotinho (hoje, Patri) respondeu: “Não tenho intimidade com ele. Mas que bom que outras pessoas também estejam mais preocupadas com propostas para a cidade, do que com a discussão de nomes”.
Temporada de ataques e respostas duras
Se os últimos dias foram mornos, o tom das declarações e a temperatura nas semanas anteriores esquentaram o clima pré-eleitoral e as conversas sobre a política local nas mesas dos bares e no calçadão do Centro. E uma das maiores especulações nas rodas de conversas era de que o empresário Joilson Barcelos, dono da rede de supermercados SuperBom, poderia ser candidato a prefeito. Em entrevista à Folha da Manhã no domingo (28), Joilson não negou que poderia concorrer ao cargo em 2020 e ainda criticou o prefeito Rafael Diniz (Cidadania), além de fazer afagos a Wladimir e ao grupo garotista.
A reação foi imediata, com resposta dura de Rafael, mas quatro dias depois, nos microfones da rádio Folha FM 98,3, no programa Folha no Ar, Joilson voltou atrás e descartou uma possível candidatura: “É um sonho de jovem, mas quem sabe lá na frente? Para eu entrar na política agora, tenho que me abster de todo o resto. Talvez aconteça lá na frente, mas não no ano que vem”, afirmou, recordando-se dos “puxões de orelha” da família.
Antes disso, na semana anterior, também na Folha FM, alguns dos principais candidatos trocaram farpas. O primeiro a disparar foi Wladimir, no dia 22 de julho. O deputado criticou o novo sistema de transporte do município, mas mirou sua artilharia para Caio Vianna (PDT) e Rodrigo Bacellar (SD):
— Caio é uma pessoa muito ausente. Participa do processo eleitoral e vai para o Rio. É um cara isolado e não tem muita raiz por aqui e, durante a eleição isso, vai ficar evidente — destacou Wladimir, ressaltando: “o deputado estadual Rodrigo Bacelar (SD) vai apoiar o Caio. Disse que ele estaria tentando ‘limpar’ o pai (Marcos Bacelar), que teve as contas reprovadas pelo TSE, para que seja vice de Caio Vianna”.
No dia seguinte veio a resposta de Rodrigo: “Meu nome está sim sendo ventilado para eleição a prefeito. E a cada dia venho considerando a possibilidade. Mas sem esquecer o respeito e a boa relação com Gil Vianna (também deputado estadual e pré-candidato), com Caio e, inclusive, com o próprio Rafael, coisa que a família dele e ele (Wladimir) não conseguem ter com ninguém. Afirmo que adversário não é inimigo, uma frase simples que a família Garotinho desconhece, dado os tantos inimigos que acumularam e traíram ao longo dos anos”.
Ao final da semana, no dia 26, Rafael Diniz também respondeu a Wladimir: “Só de carregar o sobrenome Garotinho já é um peso tremendo. Mais do que isso, é ter atitudes garotistas. Isso já é o sinal do atraso pelo qual Campos paga hoje. De manter esse ataque de qualquer forma, essa agressão por qualquer forma. E pior do que manter esse comportamento hereditário, cada vez fica mais provado que ele vai fazer o que o pai (o ex-governador Anthony Garotinho) manda”, afirmou.

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