"Ferj quer acabar com o futebol do interior", diz Dartagnan no Folha no Ar
Maria Laura Gomes 13/06/2019 07:56 - Atualizado em 26/06/2019 15:35
Isaías Fernandes
O presidente do Goytacaz, Dartagnan Fernandes, analisou questões relacionadas ao futebol, tanto do interior quanto da capital, em entrevista, na manhã desta quinta-feira (13), à primeira edição do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Durante a conversa, o presidente afirmou que a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) quer acabar com o futebol do interior, comentou sobre o crescimento da torcida do Goytacaz, mesmo sem a equipe ganhar um título de expressão há tempos, e, também, comparou os custos dos jogos dentro e fora de casa. Nesta sexta-feira (14), o entrevistado da primeira edição do Folha no Ar será Caio Cunha, gerente de relações institucionais do Porto do Açu. 
Ao ser questionado sobre o regulamento do campeonato carioca, Dartagnan declarou que clube do interior não costuma ser bem-visto, como acontece com clube da capital. E, além dessa percepção, ele afirmou que o regulamento não é discutido, apenas imposto.
— Quando você chega à Ferj, já tem um quadro com todas as regras definidas pelo departamento de competição, e isto se impõe aos pequenos clubes de menor investimento, que tem o mesmo peso de voto. O futebol carioca precisa, de uma vez por todas, de uma grande mudança estrutural. Não copiar, mas, pelos menos, ir um pouco a São Paulo, ao Rio Grande do Sul, e aprender a fazer um pouco do calendário. Se o Eduardo Viana tivesse hoje na presidência da federação, jamais isso estaria acontecendo. Ele não deixaria porque entendia também a importância do interior — disse Dartagnan, ressaltando que certos episódios são considerados falta de respeito ao torcedor. “Você imagina que aberração você fazer uma decisão, uma semifinal de um campeonato do estado do Rio de Janeiro no Espirito Santo? Isso não existe pra ninguém”.
O presidente do clube campista ainda relatou a importância e o crescimento da torcida do Goytacaz, tanto nas fases boas e quanto nas ruins do time.
— O Goytacaz é povão. Você vai a Campinas e vê que o Guarani é o elitizado e a Ponte Preta é mais povão. Essa diferença, de você ter o povão do seu lado e fazer mais barulho com relação a essa camada que não é elitizada, vai criando uma hegemonia de bisavô, avô, pai, mãe, irmão. Isso vem de herança. Quando o seu neto nasce, ele te acompanha ao estádio e, quando ele vê, o torcedor do Goytacaz, “minha vida, meu amor”, evidentemente se emociona. E aí está o crescimento. Aí, está a vontade de fazer algo para o seu clube — contou.
Quanto aos gastos com os jogos, Dartagnan revelou que são maiores quando as partidas acontecem dentro de casa.
— Para viajar, eu preciso ter um recurso para uma boa concentração, um hotel de boa qualidade, o transporte e a alimentação. Para jogar dentro de casa, se a Federação não desse esse ano um subsídio para pagar pelo menos a arbitragem, cada jogo ficaria em R$ 12 mil. Para entrar em campo, você teria que ter no bolso os R$ 12 mil, fora a infraestrutura de segurança, de portaria, de filmagem do jogo, de maqueiros, de gandulas. É lamentável a gente estar aqui discutindo um assunto de suma importância para os clubes do interior, e também da capital, e não ter a quem recorrer — lamentou o presidente.
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