Foto - Isaias Fernandes
Saber controlar os gastos pessoais e manter o pagamento das contas em dia é o caminho mais fácil para atingir uma vida financeira saudável. Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), feito em parceria com o Banco Central do Brasil (BCB), revela que cresceu o número de brasileiros que acompanham e analisam seus ganhos e gastos por meio de um orçamento, passando de 55% em 2017 para 63% ao final de 2018. Ainda assim, mais de um terço (36%) dos brasileiros não administra as próprias finanças, embora esse resultado represente uma queda de nove pontos percentuais na comparação com a pesquisa anterior.
O caderno de anotações desponta como o mecanismo mais utilizado pelas pessoas para registrar sua movimentação financeira, com 33% de citações. Já a planilha no computador é o instrumento preferido de dois em cada dez (20%) pessoas ouvidas, enquanto 10% registram as receitas e despesas em aplicativos de smartphones. Considerando os métodos informais de acompanhamento dos ganhos e gastos, o mais frequente é o cálculo de cabeça, citado por 19% dos consumidores. Há ainda 13% que simplesmente não adotam qualquer método e 3% que delegam a função para outra pessoa.
A funcionária pública, Maria Helena Santos, 42 anos, faz o controle de suas despesas na agenda. Segundo ela, o processo de anotar para equilibrar o orçamento foi adquirido desde nova e tem dado certo. “Consigo equilibrar os gastos porque anoto, se não me perco no orçamento e não sobra nada no final do mês. É um costume que adotei desde que fique há 10 anos endividada com o cartão de crédito. Confesso não foi fácil, mas hoje faz parte da minha rotina mensal”, disse ela.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, avalia que o consumidor não deve ter vergonha de utilizar o velho caderninho de anotações na hora de controlar as contas domésticas. “Se o método for organizado, não importa qual seja a ferramenta. O importante é nunca deixar de analisar as informações anotadas. Algumas pessoas têm facilidade com planilhas ou aplicativos, mas outras ainda preferem um pedaço de papel. Ainda assim, é recomendável que o consumidor não se acomode e procure experimentar algo diferente, pois os aplicativos digitais surgiram para facilitar a vida financeira das pessoas, tornando o controle acessível a qualquer momento e lugar”, orienta a economista.
Falta de planejamento geram grandes dívidas
Não é somente a falta de conhecimento que impede o brasileiro de colocar a vida financeira em ordem, mas principalmente o consumo não planejado. Em cada dez entrevistados que adotam um método de controle, seis (62%) disseram sentir dificuldades na tarefa, principalmente pelo fato de terem uma renda que varia de um mês para o outro (18%) ou em manter a disciplina para anotações regulares (17%). Os itens que os entrevistados menos anotam são os gastos variáveis, como lazer, salão de beleza, compras de roupas e saídas para bares e restaurantes, que são deixados de lado por 25% dos entrevistados, assim como o valor que possuem na reserva financeira (24%).
De acordo com a pesquisa, 73% dos consumidores admitiram terem enfrentado, nos 12 meses anteriores à pesquisa, alguma situação em que o orçamento familiar não foi o suficiente para quitar todas as contas e compromissos financeiros. O controle dos gastos extras acaba ficando no segundo plano para o brasileiro em detrimento dos gastos do dia a dia.
Quem não consegue controlar com os gastos, geralmente mete os pés pelas mãos, ou seja, acabam gastando mais do que ganham, simplesmente por não ter controle. Esse é o caso de João Pereira, frentista de 38 anos. “Não consigo anotar nada que gasto. O dinheiro entrar e sai com muita facilidade. Muito difícil ter reserva se não tenho controle”, relatou.
As vagas são para 12 modalidades de cursos como almoxarife, assistente de marketing digital, assistente de operações em logística, eletricista industrial, entre outros