Crítica de cinema - Cidade contra cidade
- Atualizado em 14/01/2019 18:16
Divulgação
(Máquinas mortais) —
“Máquinas mortais” tem de tudo e evoca muitos livros e filmes. Daí sua obviedade. Uma guerra de 60 minutos destruiu o mundo e criou uma paisagem apocalíptica. As povoações humanas são agora móveis. Elas se movimentam e a maioria pilha a natureza ou as outras. Há cidades metrópoles, como Londres, cidades mineradoras, cidades-lagartas, cidades-barragem e cidades aéreas. Lembrei logo do genial “As cidades invisíveis”, de Ítalo Calvino, clássico da literatura universal. A diferença é que, nesse livro, Marco Polo inventa as mais exóticas cidades para distrair Kublai-Kan. No filme, as cidades ambulantes são as máquinas mortais.
Londres sobre roldanas parece a cidade do México no século XVI: habitantes de várias etnias indígenas, espanhóis, portugueses, japoneses, africanos, filipinos etc. Numa Londres distópica, pessoas de várias procedências se encontram, assim como o passado está presente. Sintomático que Londres seja a cidade imperialista, que engole as outras e enfrenta a liga de cidades rebeldes, cuja sede fica numa barragem intransponível e cujo líder é um chinês justo e bondoso. Trata-se também de um detalhe sintomático. Esperava-se o embate de Estados Unidos e China, mas os orientais lideram uma coalização contra uma Londres com ambições imperialistas bem do tipo do século XIX.
Mateusinho viu
Mateusinho viu / Divulgação
“Máquinas mortais” tem a mesma estrutura de “Guerra nas estrelas”. Thaddeus Valentine (Hugo Weaving) é o líder do mal disfarçado de bom, humano e generoso. Seu passado é tão sombrio quanto o de Darth Vader, o grande vilão de “Guerra nas estrelas”. Há os rebeldes (jedis), nunca revolucionários, e sim lutando contra os maus. Há criaturas bizarras, incluindo um ressuscitado, tipo zumbi. Há uma oriental andrógina de nome Anna Fang (Jihae). E há o amor difícil. Hester Shaw (Hera Hilmar) é uma moça órfã de mãe e de pai que cresceu se defendendo do mundo. Uma grande cicatriz em seu rosto é a prova da sua vida difícil. Endurecida, ela vai se apaixonar e acabar nos braços do rapaz que se revela um grande guerreiro. Um longo beijo de amor sela o romance. Mas essas referências podem resultar do meu desejo de vê-las para salvar o filme. Por certo, o autor do livro e os roteiristas não as tinham em mente.
E o bem triunfa sobre o mal, aqui representado por um líder megalomaníaco. Os fracos conseguem invadir seu bunker e desativar a máquina da morte. O roteiro, do consagrado Peter Jackson, conta com a colaboração de Philippa Boyens e Fran Walsh, com base num livro de Philip Reeve (que eu nunca lerei). Os três também são os produtores com mais quatro. A direção ficou com Christian Rivers, que dirigiu a versão de King Kong, também produzida por Jackson. Poderia ficar com qualquer um, pois, na verdade, quem realmente dirige filmes como este são os computadores.
Em atenção ao velho Jackson, atribuamos dois Mateusinhos ao filme.
 

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