Semana favorável para Bolsonaro na TV e em nova pesquisa eleitoral
01/08/2018 11:27 - Atualizado em 03/08/2018 14:26
Bolsonaro só perde para Moro
A dois meses da eleição, o começo da semana foi favorável ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Independentemente da avaliação do desempenho, a verdade é que sua sabatina no Roda Viva da TV Cultura, na noite de segunda (30), foi fenômeno de audiência. Liderou o Trending Topics mundial do Twitter e foi acompanhada ao vivo por mais de 200 mil pessoas no YouTube. No Facebook, até a tarde de ontem, contabilizava 2,9 milhões visualizações, 279 mil comentários e 73 mil compartilhamentos. Emblematicamente, a popularidade de Bolsonaro no Roda Viva só foi superada pelo juiz federal Sérgio Moro, em entrevista de 26 de março.
Direita x esquerda
Como cerca de 100% dos simpatizantes de Bolsonaro parecem acreditar que o jornalismo brasileiro é composto de comunistas, a crítica aos seis jornalistas que o sabatinaram era esperada de antemão. E como até a Rede Globo faria parte desse suposto complô marxista da mídia, não é preciso muito raciocínio para revelar o ridículo em que se baseia. Mas como a lógica costuma passar longe do amor e do ódio devotados ao presidenciável, as críticas aos seus entrevistadores partiram também da esquerda. Sobretudo aquela que ainda não fez o mea culpa devido pelo maior escândalo de corrupção da Terra, eviscerado pela Lava Jato.
Mico do Roda Viva
Como direita e esquerda desceram a lenha nos jornalistas por motivos opostos, na impossibilidade de estarem certos ao mesmo tempo, a lógica revela que estão ambos errados. Como teve erros o Roda Viva. Individualmente, o maior equívoco foi do jornalista Bernardo de Mello Franco, do “comunista” O Globo. Ironicamente, ele vinha sendo o melhor sabatinador, corrigindo erros de Bolsonaro em dados da sua própria atuação parlamentar. Até se sair com a estultice de chamar Jesus de “refugiado”. Foi o maior mico da edição do programa, que expôs a reboque todo o jornalismo brasileiro.
Be-a-bá de jornalismo
Coletivamente, a entrevista foi mal concebida. Forçá-la nas acusações de machismo, racismo e apoio à ditadura, deu espaço a Bolsonaro onde ele fica mais à vontade. Foi quando teve que falar de propostas em economia, saúde e educação, que sua fragilidade se evidenciou. Na polêmica, a melhor pergunta foi ofertada pelo entrevistado. Ele defendeu o falecido coronel Carlos Brilhante Usltra, condenado em segunda instância por tortura: “Ninguém será declarado culpado sem sentença transitado (sic) em julgado”. E todos os seis jornalistas ignoraram a contradição: como então defender a prisão de Lula por condenação em segunda instância?
Bem na pesquisa
Após o Roda Viva da noite de segunda, a manhã de terça reservou mais bons augúrios ao “mito” da direita brasileira. Foi divulgada a nova pesquisa do instituto Paraná. Em seus três cenários, ele teve sua vaga ao segundo turno garantido em todos. Preso desde 7 de abril e com chances irrisórias de participar da eleição, pela Lei da Ficha Limpa, mesmo com Lula, Bolsonaro está forte nas intenções de voto: o ex-presidente teve 29%, com 21,8% para o ex-capitão do Exército. A consulta foi realizada entre 25 e 30 de julho, com 2.240 eleitores de todo o país.
Marina e Ciro
Contra os candidatos que devem concorrer, sendo o candidato petista Fernando Haddad ou Jaques Wagner, Bolsonaro assumiu a liderança da pesquisa com folga: tem 23,6% no primeiro cenário e 24,3%, no segundo. Bem atrás, os ex-ministros de Lula Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) disputariam a outra vaga ao segundo turno. A primeira fica entre 14,4% e 14,3% das intenções de voto, cabendo de 10,7% a 10,8% ao político cearense. Estão em empate técnico na margem de erro de 2,5 pontos percentuais para mais ou menos. Enquanto isso, Haddad e Wagner, suplentes de Lula no PT, ficaram com os mesmos 2,8%.
Da planície ao planalto
Pela popularidade da entrevista no Roda Viva e por todas as pesquisas, Bolsonaro deve estar no segundo turno da eleição presidencial. Em 22 de outubro do ano passado, antes de Lula ser preso, a Folha ecoou a advertência do repórter estadunidense Ryan Lizza, em passagem pelo Brasil: “É interessante que os jornalistas americanos tenham subestimado Donald Trump. O que me perguntam é se o público ou a mídia deveriam levar a sério candidatos bizarros como ele. Minha resposta é: sim, nós temos que levar essas pessoas a sério”. Da planície ao planalto, foi então alertado: “Quem não seguir o conselho da imprensa dos EUA, nem que seja a revelação do segredo do cadeado após a porta arrombada por Trump, corre o mesmo risco”.
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