"Será que estão com medo?"
Aldir Sales e Arnaldo Neto 02/08/2018 10:39 - Atualizado em 03/08/2018 14:04
Márcia Tiburi
Márcia Tiburi / Isaias Fernandes
A filósofa e escritora Márcia Tiburi será candidata a governadora do PT em outubro. O nome da petista foi aprovado durante a convenção estadual do partido, nessa quarta-feira (1), no Rio de Janeiro. Na última terça-feira (31), Tiburi esteve em Campos, quando negou qualquer aproximação com o ex-governador Anthony Garotinho (PRP). Ela chamou de “fofoca” as notícias sobre uma possível desistência de sua candidatura para compor chapa com outra legenda e questionou: “Será que estão com medo de mim?”. Ela ainda defendeu a diversificação da economia no interior e afirmou que o partido “vai até o fim” com a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nas últimas semanas, o próprio Garotinho falou que estava conversando com o PT, o que foi negado veementemente pelo presidente estadual do partido, Washington Quaquá. “Não existe possibilidade de recuar da candidatura. Ouvi falar também (sobre as notícias de conversas com Garotinho), mas se o Garotinho quiser vir conversar comigo, é só ele vir, mas ele não veio. Para mim, esse tipo de conversa fica no âmbito da fofoca mesmo. Ouvi falar pelo meio dos jornais sobre Garotinho e também Eduardo Paes. Estou aberta para que eles venham conversar comigo, mas não vieram até agora. Será que estão com medo de mim?”, questionou.
Natural da cidade de Vacária, no Rio Grande do Sul, Márcia Tiburi é casada com o juiz Rubens Roberto Rebello Casara, da 43ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, que criticou o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) chegou a abrir um processo para investigar as declarações, que foi posteriormente arquivado. Tiburi criticou a atuação do judiciário e afirmou que o candidato à presidência do PT continua sendo Lula. “A gente tem um candidato, que é o presidente Lula, e vamos levar isso até o final. Isso é absolutamente importante porque Lula é para nós um princípio. É assustador ver o que tem sido feito, desde Curitiba até o STF. O judiciário destrói a sua própria dignidade”.
Sobre a economia da região, Tiburi é preciso diversificar para que não haja uma dependência excessiva de petróleo. “Tem petróleo, tem gás e uma economia que gira em torno. Mas o que podemos fazer para ir além? Em que pese que os royalties existam, mas eles são flutuantes em função do mercado internacional. Tem se discutido muito um tipo de turismo e um tipo de agricultura baseados em uma economia solidária que possa também amparar as pessoas para além dessa grande economia do petróleo, que constrói uma grande cadeia, mas não é suficiente para a gente pensar na vida de todas as pessoas”.
A candidata disse que pretende montar uma caravana para percorrer o estado e que pretende voltar a Campos. Além de Tiburi, o PT também confirmou o nome de Lindbergh Farias ao Senado Federal. 

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