O secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, esteve em Campos nesta terça-feira (22), para reunião com autoridades das polícias Civil e Militar. Ele desceu de helicóptero por volta das 9h e seguiu para a sede da 6ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp) e, em seguida, para a 134ª Delegacia de Polícia (Centro). Em coletiva de imprensa no 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), o general destacou a integração como palavra-chave para o combate à criminalidade: “Trabalhar de maneira integrada cada vez mais, aproveitando esse momento de intervenção federal para que também os esforços das Forças Armadas e dos órgãos da Segurança Pública Federal sejam canalizados para Campos, para essas áreas de criminalidade, principalmente em Guarus, e dar uma resposta aos anseios da sociedade”, comentou.

O objetivo da visita do general foi traçar um quadro da situação do município e levantar as necessidades das instituições. Questionado sobre ações para Campos, onde, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), o número de homicídios de fevereiro a abril teve um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, o secretário estadual explicou que, embora a intervenção tenha sido decretada em fevereiro, somente no final de março, após a reestruturação do gabinete de intervenção e a troca dos comandos da Polícia Civil e da Polícia Militar, o trabalho integrado para o combate à criminalidade foi efetivamente iniciado.

— Trabalho de maneira integrada, inclusive com a participação do Ministério Público, tanto nas investigações para a elucidação de crimes como no patrulhamento para evitar a letalidade. Atuamos fortemente no combate ao roubo de veículos e tivemos uma redução de 13% em maio, em relação a março. Também atuamos contra o roubo de cargas, o que ajuda na recuperação da atividade econômico do estado do Rio. Na questão da letalidade violenta, o combate vem a reboque. Quando atuamos em cima de roubo de veículos, por exemplo, reduzimos o índice de latrocínios. A única forma de darmos conta disso tudo é com efetivo e ações estratégicas. Exemplo de medidas, com efeitos a médio e longo prazo, é a retomada do Regime Adicional de Serviço, um reforço importante nos efetivos de ambas polícias —declarou.

Exército na rua também em Campos – Como forma de amenizar o problema de efetivo reduzido de policiais em todo o estado, o general citou o Regime Adicional de Serviço (RAS), que funciona como uma espécie de hora-extra, mantendo o policial mais tempo no trabalho e evitando que ele tenha de executar algum trabalho paralelo ou os famosos “bicos”. Na última semana, ele fez visita semelhante a Angra dos Reis e Volta Redonda. No primeiro município, nove policiais militares foram incluídos no RAS e, no segundo, 15.

Ainda com relação a efetivo e trabalho integrado, Nunes apontou a possibilidade de parceria com a 2ª Companhia de Infantaria do Exército (antigo 56º Batalhão de Infantaria), instalado em Guarus, região que concentra o maior índice de crimes em Campos, especialmente homicídios. “Macaé também tem uma companhia e o Exército pode atuar em operações integradas perfeitamente”, afirmou, acrescentando que 12 novas viaturas foram direcionadas ao 8º BPM, que atualmente conta com 48 e destacando, como exemplo, a reforma de 134ª Delegacia do Centro com verbas oriundas de ações trabalhistas.

Depois de Campos, o general iria para Macaé, conhecer o 32º BPM e a 123ª Delegacia de Polícia. “Vim enxergar de perto o problema da região e conversar com as autoridades policiais. A segurança pública aponta os problemas desde a base. Temos hoje uma sociedade permissiva, com vários problemas tolerados em determinado momento e que, depois, acabaram tendo efeito na segurança. A sociedade também, de mãos dadas com os órgãos de segurança pública, tem um papel muito importante a desempenhar na solução dessa questão da criminalidade”, concluiu.

A visita também foi acompanhada pelo deputado estadual Bruno Dauaire (PRP), pelos vereadores Thiago Ferrugem (PR), Cabo Alonsima (PTC), e Thiago Godoy, além de demais autoridades.