Álbum da Copa, uma "pequena" fortuna
Dora Paula Paes e Jane Ribeiro 24/04/2018 11:59 - Atualizado em 26/04/2018 21:06
  • Álbum da Copa conquista colecionadores

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Há pouco mais de um mês, está nas bancas o álbum oficial da Copa do Mundo Rússia 2018. Para os apaixonados, o frenesi é grande para preencher logo todos os espaços, de preferência, praticando muitas trocas. A crise econômica e a cotação do dólar, entretanto, inflacionaram os preços do álbum e dos pacotinhos de figurinhas. Em relação à última Copa, em 2014, o aumento foi de 100%. Para completar o álbum neste ano, o colecionador, caso compre o álbum de capa mole e não tenha nenhuma figurinha repetida, precisará desembolsar ao menos R$ 280, o que é quase impossível e esse valor pode chegar a até R$ 2 mil para completar. Mas, quem gosta, não faz nem conta.
O estudante de engenharia Michel Souza Rodrigues, 24 anos, é fanático por Copa do Mundo, tanto que ele coleciona álbuns das Copas anteriores e os guarda como relíquias. Ele tem nada mais, nada menos, do que dois de 2006, um de 2010, três de 2014 e já completou o de 2018. No último domingo, ele esteve na praça do Santíssimo Salvador para ajudar quem ainda não completou o álbum. Michel diz não ter ideia de quanto gastou com o álbum deste ano.
— Fiquei muito chateado com o preço das figurinhas, que foi o dobro das outras edições, mas como sou apaixonado por Copa do Mundo eu comprei, completei o álbum e agora venho aqui para vender e trocar as repetidas. Sou suspeito para falar, mas as figurinhas dominam neste período que antecede os jogos, uma forma de torcer e conhecer os jogadores e seleções — disse ele.
Produzido pela editora italiana Panini, o álbum, que marca simbolicamente o início do clima de Copa e atrai diversas faixas etárias do público brasileiro, tem duas versões: o de capa cartão, ou capa mole, por R$ 7,90, e o de capa dura, que é vendido juntamente com 12 pacotes de cromos, por R$ 49,90 o kit. Cada pacote, que contém cinco figurinhas, custa R$ 2, o dobro do preço em relação à Copa anterior, e quase o triplo comparado a 2010, quando o pacotinho saía por R$ 0,75.
Para justificar o aumento de 100% do preço, o presidente da Panini no Brasil, José Eduardo Severo Martins, chegou a citar o valor dos contratos para os direitos de imagens de jogadores e federações, necessários para a publicação, e o custo de produção de figurinhas, feitas com materiais importados e pagos em dólar.
Com exceção do Brasil, onde a negociação dos direitos de imagem é feita individualmente com cada jogador, as autorizações são expedidas pelas federações nacionais. “Além disso, o material (para a figurinha) é cotado em dólar, e o Brasil teve uma desvalorização cambial de 2014 para cá que nos forçou a ter esse aumento de preço”, explica Martins.
No Brasil, a coleção custa 29,4% da renda
No Brasil, o custo para terminar a coleção equivale a 29,4% da renda básica. No país vizinho, a Venezuela, comprar um álbum está quase impossível. O país vive uma das suas piores crises econômicas. O álbum vale 800.000 bolívares e uma caixa de pacotes de figurinhas chega a 24 milhões de bolívares. Somados, equivalem a pouco mais de US$ 100 (R$ 332) no mercado paralelo, balizador de muitos produtos importados em face da escassez de moeda estrangeira.
Um venezuelano que receba o salário mínimo do país, hoje em 1.307.000 bolívares (US$ 5,40 no câmbio paralelo) levaria 37 meses para completar sua coleção. Em 2014, era possível fazer o álbum com o equivalente a 1,7 salário mínimo.
No mundo, apesar da previsão otimista de lucros, a Panini deve sofrer com baixas em países que acabaram não se classificando para a Copa do Mundo, como Chile, Holanda e Itália. “Teremos entre 50% e 60% de queda nas vendas esperadas em países consumidores que não se classificaram, mas o fator coleção ainda impacta bastante”, explica Marcelo Adriano da Silva, gerente de Marketing. O maior consumidor mundial do álbum de figurinhas da Copa é o Brasil, seguido pela Alemanha.

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