Protesto dos Garotinho contra Rafael vai por água abaixo
Arnaldo Neto 08/03/2018 18:50 - Atualizado em 12/03/2018 15:48
  • Protesto contra Rafael no Calçadão

    Protesto contra Rafael no Calçadão

  • Protesto contra Rafael no Calçadão

    Protesto contra Rafael no Calçadão

A mobilização que seria popular para pedir o “impeachment” do prefeito Rafael Diniz (PPS), mas que desde o início tinha a marca da oposição, foi por água abaixo na tarde desta quinta-feira. Prevista para acontecer na praça do Santíssimo Salvador, o protesto foi deslocado para o Largo da Imprensa, no Calçadão. Nem assim deu a entender, por imagens, que estivesse perto do esperado pelos líderes do movimento. Aguardado, por ter anunciado que marcaria presença no evento, o ex-governador Anthony Garotinho não apareceu. Coube a Rosinha, debaixo de chuva, fazer o discurso no qual ecoou o marido com relação a supostas perseguições sofridas pelo Judiciário, críticas ao governo municipal e até sobre o pedido de impeachment — alegando que vias judiciais serão acionadas —, sem apontar os possíveis crimes de responsabilidade que embasariam a medida.
Com previsão de início às 16h, o protesto já demonstrava nos primeiros minutos que não teria grande adesão. Com a forte chuva que voltou a cair pouco depois das 17h, o que era uma suposição, virou realidade. Policiais militares e guardas civis municipais não quiseram estimar o público presente. Contudo, não parecia estar distante dos cerca de 300 que compareceram à reunião para organizar o movimento no último dia 26. Para Garotinho, o ideal seria contar com pelo menos 6 mil pessoas: “Não podemos expor o povo de Campos ao ridículo de convocar um ato para ir meia dúzia”, disse o ex-governador durante a reunião. Nesta quinta, ele nem apresentou justificativa quanto à ausência. Apenas “mandou um abraço para todos”, por meio da esposa.
Rosinha, além de mirar o governo, cobrar fiscalização do Ministério Público e dizer que existe uma perseguição em todas as acusações imputadas ao casal e companheiros políticos nas operações Chequinho e Caixa d’Água, não poupou seus aliados de outrora: “Rafael destruiu a cidade, mas este momento serviu para separar o joio do trigo. Os traidores, aqueles que estão acovardados. Não é tempo de covardia, é tempo de luta”.
A ex-prefeita chegou ao ato por volta das 18h, acompanhada do ex-presidente da Câmara Edson Batista (PTB) e da ex-deputada federal Lilian Sá. Outra que já marcava presença no local era a, ainda, vereadora Linda Mara (PTC). Rosinha informou que Garotinho e Edson vão buscar provar na Justiça a existência de irregularidades na atual gestão. “Todas as medidas jurídicas estão sendo afastadas para afastar o governo. Campos está sangrando. Na minha época tinha problemas, mas a cidade não estava abandonada”, disse a ex-prefeita, que ainda considerou ultrapassado o discurso da dívida bilionária herdada pela atual gestão, aprofundada pela “venda do futuro”.
Rosinha não comentou sobre o relatório apresentado na Câmara no dia anterior ao protesto, da CPI da Lava Jato, no qual foi apontado indícios de vários crimes — como associação criminosa, caixa 2, fraude em licitação, lavagem de dinheiro — no contrato bilionário com a Odebrecht para construção o conjunto habitacional Morar Feliz.
Procurado, por meio de sua assessoria de imprensa, o prefeito Rafael Diniz não comentou sobre a manifestação.
Insatisfação não gera impeachment, diz advogada
O que pode gerar um pedido de impeachment? A pergunta foi feita à advogada Priscyla Marins, que é especialista em direito público eleitoral. Marins informou que o mandatário precisaria ter cometido as infrações previstas no artigo 4º da chamada lei dos prefeitos, como, por exemplo, impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que devam constar dos arquivos da Prefeitura, entre outras prerrogativas.
— Para que haja uma ação por crime de responsabilidade é necessário um processo na Câmara, instaurado por meio de comissão processante. O eleitor pode formular o pedido, mas a Câmara poderá receber ou não. Porém, as hipóteses tem que estar previstas na lei. A simples insatisfação não gera impeachment — observou a advogada.
E o que mais se viu no protesto, quando houve tempo para a participação popular, foi a insatisfação por medidas da atual gestão, sem apontar. O fechamento do restaurante popular, a taxa de iluminação pública, ajuste do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), problemas em serviços públicos, como limpeza e o transporte, estiveram entre as questões registradas.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    BLOGS - MAIS LIDAS

    Mais lidas
    Homem é preso por suspeita de estuprar a própria filha de 14 anos em Campos

    Mandado de prisão preventiva foi cumprido nessa segunda-feira (25) e ele foi localizado em Santo Eduardo

    Suspeito de assassinar homem em Travessão de Campos é preso

    Ele foi preso logo após o homicídio que aconteceu nesssa segunda-feira (25)

    Carro capota após perder roda na BR 101, em Campos

    Acidente no km 111,3, sentido Espírito Santo, deixou uma vítima leve que recusou atendimento hospitalar

    Ciclista, vítima de grave acidente na BR 101, morre no Hospital Ferreira Machado

    O acidente aconteceu no último sábado (23), na altura do Trevo do Índio, em Campos

    Campos recebe royalties do petróleo com alta nesta quarta-feira

    Nos cofres da Prefeitura de Campos, serão depositados R$ 42.304.728,69, valor 3,1% superior aos R$ R$ 41.046.766,26, de julho