Campos contra a discriminação racial
21/03/2018 22:04 - Atualizado em 22/03/2018 14:06
De cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras, segundo o Atlas da Violência divulgado no ano passado. A violência contra os negros decorre pelo cenário religioso. Os ataques racistas continuam. Esses foram os destaques durante o ato público contra o racismo realizado pelo Grupo de Trabalho de Promoção da Igualdade Racial de Campos dos Goytacazes - GTPIR, no Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, na Praça do Santíssimo Salvador, nesta quarta-feira (21). Durante o evento houve uma homenagem ao ativista local Luiz Carlos Gomes Filadelpho, conhecido como Babalorixá Kakalo de Ode, e também um minuto de silêncio dedicado à vereadora e ativista Marielle Franco, morta no dia 14 de março no centro do Rio.
A Praça do Santíssimo Salvador recebeu vários movimentos que lutam pela igualdade racial, que juntos estão tentando colocar um fim no preconceito racial. Para o presidente do Conselho de Igualdade Racial de Campos, Gilberto Coutinho, o ato é uma forma de resistência de homens e mulheres negras contra o racismo estrutural e institucionalizado.
— Na verdade, estamos todos juntos combatendo o racismo que ainda existe na nossa cidade. Campos é muito forte no racismo religioso, no racismo institucionalizado que recaí sobre os capoeiristas. Hoje a maioria dos universitários negros de fora não consegue ficar na cidade porque não existe bolsa de permanência. Estamos aqui com o microfone aberto para falar sobre o que se passa, porque o racismo ainda existe e precisa ser combatido. Estamos aqui para denunciar e vamos lutar— disse.
Paulo Honorato, que é presidente do Sindicato Rural de Campos e da Associação dos pequenos produtores rurais e quilombolas, também esteve presente e afirmou que o racismo está muito próximo, mas de maneira disfarçada.
“Quem acha que a discriminação acabou, que o racismo foi extinto, está completamente enganado. Os negros vivem tudo isso na pele. Os nossos direitos são retirados por falta de respeito. O racismo está muito próximo , só que de maneira disfarçada. Até quando vamos suportar. Precisamos nos unir e gritar para o mundo que somo iguais e hoje é a oportunidade”, enfatizou.

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