Cartazes na Uenf indicam assédios
Jane Ribeiro 20/03/2018 21:57 - Atualizado em 21/03/2018 16:01
Alunas da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que fazem parte do Coletivo de Mulheres Uenfianas, denunciaram, por meio de cartazes colados em vários pontos da universidade, que alguns professores estão cometendo atos de assédio sexual e moral contra as universitárias. A denúncia, de acordo com o Coletivo, é antiga e tanto a pró-reitoria quanto a reitoria da Uenf já tomaram conhecimento dos fatos, mas nenhuma denúncia oficial foi feita até o momento. O assunto foi mostrado pelo blog Na Curva do Rio, hospedado no Folha 1 e assinado pela jornalista Suzy Monteiro.
Os abusos foram relatados em forma de cartazes que transcreviam o que, segundo as alunas, era dito por professores e orientadores. “Sempre quis uma amante jovem, bonita e inteligente. Fiz muitos planos para você”, teria dito um orientador para sua orientada. Em outro relato, o professor teria se dirigido a todos da turma: “Vocês são uns merdas”.
Os cartazes foram colados de forma anônima porque essas mulheres estão com medo de represália. Para a presidente do Conselho dos Direitos da Mulher, Vanessa Henriques, os casos já são conhecidos há algum tempo dentro da instituição e não são relatados.
— As mulheres da Uenf estão se unindo para que sejam ouvidas e para que órgãos específicos sejam criados até mesmo para que elas tenham apoio na hora das denúncias. Acho que o debate tem que ser feito amplamente e os cartazes abriram uma brecha para isso, porque se existe o assédio, ele tem que acabar. Mas elas precisam da garantia de que não serão perseguidas ou coagidas — informou Vanessa.
A vice-reitora da Uenf, Tereza de Jesus Peixoto Faria, informou que espera uma denúncia oficial para abrir sindicância. “Não temos denúncias formais, mas estamos procurando saber o que realmente está acontecendo. Neste caso específico, estamos procurando saber o que está acontecendo até mesmo para dar acolhimento a essas mulheres. A princípio, nós precisamos que se faça a denúncia oficial, com um processo solicitando a abertura de uma sindicância. Elas têm queixas concretas, tanto que a forma de elas se manifestarem foi através desses cartazes. Isso não é uma situação específica da nossa universidade, mas não podemos permitir que continue”, informou a vice-reitora.
A equipe de reportagem da Folha também tentou contato com a Associação de Docentes da Uenf, mas os telefonemas feitos à presidente Luciane Silva não foram atendidos.

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