Crise afetou mais a região Norte
Dora Paula Paes 15/03/2018 21:31 - Atualizado em 16/03/2018 15:32
O Norte Fluminense foi a região mais atingida pela crise. A constatação é da Firjan que iniciou a divulgação da série Retratos Regionais - Cenário Econômico, com palestras online sobre economia do estado do Rio. Especialistas da Federação analisaram dados sobre todas as regiões do estado, além dos cenários econômicos internacional e do Brasil. A pesquisa analisou também a atividade econômica e o ambiente de negócios da região Norte. Em Campos, um dos piores cenários ficou por conta do setor comercial, segundo dados da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic). O presidente da Acic, José Luiz Lobo Escocard disse que mil lojas fecharam no município, nos últimos dois anos.
Com mais de 900 mil habitantes e um PIB estimado em mais de R$ 68 bilhões em 2015 (10% do PIB do estado), o Norte Fluminense é uma região com atividade econômica bastante expressiva e se destaca pela indústria petrolífera. É a maior região do estado, com uma área de 9.730 Km², que representa 22,3% do território do RJ.
A indústria do Norte Fluminense emprega 27% do total de trabalhadores da região (65.000 empregados), média superior a observada no estado (15%). Além de gerar tributos para os municípios, a indústria local também contribui para a geração de emprego e renda. Vale destacar que a região tem o maior polo industrial de máquinas e equipamentos do RJ, além de grande destaque na produção de materiais para construção, além da indústria naval e de alimentos.
Quanto à atividade econômica, a pesquisa aponta que, em dezembro de 2017, as empresas do Norte Fluminense produziram menos do que pretendiam, o que indica que o setor ainda não apresentou uma retomada significativa das atividades. Diante da fraca atividade econômica na região, no ano passado, houve queda de 11% das importações.
— Na atual conjuntura política que vivemos no país, acredito que ainda precisamos ter cautela. Não podemos esquecer que Campos registrou nos dois últimos anos o fechamento de mais de mil lojas — disse José Luiz Lobo Escocard, da Acic.
Cenário também tem projeção otimista
Nesse cenário mostrado pela Firjan, também foram levados em conta os esforços para aprimorar o ambiente de negócios. A boa notícia é que o Sistema Firjan mapeou grandes investimentos futuros na região, no valor de quase R$9 bilhões de reais. Entre os principais estão à construção do terminal de regaseificação e duas termelétricas no Porto do Açu, em São João da Barra, e a implantação de uma usina termelétrica com fonte de gás natural em Macaé.
Em 2018 — A produção industrial fluminense cresceu 5,1% no índice mensal de janeiro de 2018. É a quinta taxa positiva consecutiva neste tipo de comparação, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), do IBGE.
— A consolidação do crescimento na produção industrial reafirma o momento de virada na economia fluminense, fortemente impactada pela crise nacional — disse o subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Alberto Mofati, quanto aos números do IBGE apresentados nesta semana.
Extinção do trabalho: Macaé ficou no topo
A série Retratos Regionais - Cenário Econômico também mostrou outro dado do Norte Fluminense: o mercado de trabalho. Em 2017, foram extintas 11.860 vagas, sendo Macaé a cidade mais atingida, fechando 8.904 postos. Apenas o setor da Construção fechou mais de 6.000 postos de trabalho na região. Por sua vez, a indústria de transformação abriu oportunidades: 1135 vagas. No total, nos últimos três anos, o Norte Fluminense fechou mais 52.000 vagas, estando hoje com um mercado de trabalho quase 20% menor que em 2014.
— O Rio de Janeiro perdeu, em média, 11% do seu mercado de trabalho período, sendo assim, em termos relativos, podemos dizer que o Norte Fluminense sentiu duas vezes mais a crise que atingiu o estado — afirmou o coordenador de estudos econômicos da Firjan, William Figueiredo.
Muitos dos demitidos voltaram para suas regiões de origem, já outros passaram a buscar oportunidades como empreendedores. O número de novos microempreendedores individuais (MEIs) na região cresceu 16% de 2016 para 2017 e o registro de empresas cadastradas no Simples Nacional aumentou 9% em relação a 2016.

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