Uma questão de velocidade
Edgar Vianna de Andrade 04/12/2017 18:24 - Atualizado em 05/12/2017 15:18
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ENTITY_quot_ENTITYAssassinato no Expresso OrienteENTITY_quot_ENTITY / Divulgação
Assassinato no Expresso do Oriente -
Quem se habituou com o detetive Hercule Poirot representado por Albert Finney, na versão de 1974, estranhará o mesmo detetive no atual “Assassinato no Expresso do Oriente”. A maioria das pessoas nunca leu um livro sequer. Não conhece Poirot no livro que a famosa Agatha Christie lançou em 1934 e que vem dando base a filmes.
Kenneth Branagh é um grande conhecedor de Shakespeare, excelente ator de teatro e ótimo diretor de cinema. Nas suas mãos, Poirot ganhou o frescor original. Nada do homem velho, sempre com coriza e apenas observador das pessoas. Branagh dirige o filme e interpreta o famoso detetive de forma sanguínea. Ele é enérgico e até atlético. Fala mais do que se supõe. É um homem que acredita na civilização numa época em que ainda se podia acreditar nela. E observa tudo.
Johnny Depp, controlando sua tendência a fazer caretas, interpreta com sobriedade o vilão bruto que é assassinado pouco depois do princípio do filme. Michelle Pfeiffer, envelhecida, esbanja talento. Penélope Cruz perde sua exuberância corporal para representar uma mulher beata. Ela encolhe seu corpo para acentuar a boca de lábios grossos. Willem Defoe topa qualquer papel e o desempenha com segurança. Daisy Ridley estampa sua beleza e talento. Como princesa Natalia Dragon. Judi Dench dispensa comentários por seu desempenho. Leslie Odom Jr. representa um médico negro.
A principal crítica ao filme refere-se à sua edição. Os críticos entendem que Branagh dirige o filme com maestria. Que o elenco tem grande peso. Que a fotografia é excelente. Que a reconstituição de época é invejável. O problema está em comprimir um longo roteiro em menos de duas horas. De fato, os sucessivos cortes imprimem ao filme uma velocidade que não condiz com a lentidão exigida pelo tratamento dado ao conjunto de um filme de época. São muitos cortes. Eles chegam mesmo a comprometer a compreensão do enredo. O início do roteiro poderia muito bem ser suprimido sem prejuízo da compreensão. Parece que ele figura com a intenção de apresentar os dotes de Poirot como detetive.
Sugeriu-se que o filme deveria ser uma série de televisão. Não é necessário. Uma saída seria alongar o filme. Outra seria reduzir o roteiro. Notei também que Branagh não conseguiu esquecer a dramaticidade de Shakespeare.

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