Documentário dramatizado na tela
Jhonattan Reis 03/08/2017 18:05 - Atualizado em 07/08/2017 13:54
Cineclube Goitacá
Cineclube Goitacá / Rodrigo Silveira
“Nem todo filme antigo é clássico. Filme clássico é aquele que equilibra forma e conteúdo. E este é um clássico, que trabalha muito bem a linguagem cinematográfica”. As palavras são do professor e crítico de cinema Aristides Soffiati. O relato é sobre o filme “Häxan — A Feitiçaria Através dos Tempos” (Häxan, 1922), que foi exibido nessa quarta-feira (2), no Cineclube Goitacá. A obra, do diretor dinamarquês Benjamin Christensen, foi apresentada na sala 507 do edifício Medical Center, no Centro de Campos.
“Häxan” explora as origens da feitiçaria e do satanismo através dos séculos, desde a antiguidade até os tempos modernos. O filme mistura imagens reais com encenações ao longo de sete capítulos. Mostra, ainda, a intolerância da igreja católica frente aos mitos mágicos e como a instituição “resolvia” esses problemas. No final, há a comparação entre o comportamento histérico das mulheres contemporâneas (1921) com o das bruxas da Idade Média.
Soffiati explicou que “Häxan” é um exemplo de documentário dramatizado.
— Por isso a minha escolha. O objetivo era exibir um documentário dramatizado dos anos 1920 e, apesar de haver outros dessa época, esta obra de Christensen logo me veio à mente, pois simplesmente é um clássico. E a escolha por fazer um documentário deste tipo foi ótima, pois ele não poderia, obviamente, ir a tempos mais antigos para filmar algumas questões importantes.
O apresentador da noite também comentou sobre o trabalho de Benjamin Christensen.
— É um diretor que pesquisou muito para fazer esta obra. Antes de “Häxan”, Christensen havia feito apenas dois filmes, que, na prática, acabaram sendo uma grande preparação para este. E “Häxan” foi a grande obra da carreira dele, pois ele não conseguiu, mesmo depois, fazer algo que fosse tão importante quanto este.
Na mesma noite, Aristides exibiu, antes de “Häxan”, um curta-metragem de Alice Guy-Blaché, diretora que marcou a história do cinema.
— Foi ela quem fez o primeiro filme com roteiro da história do cinema, que foi “A Fada do Repolho” (La Fée Aux Choux, 1986). Já este curta que exibi, “O Colchão Epilético” (Le Matelas Épileptique, 1906), também é importantíssimo para o cinema, porque ela cria uma comédia que vai culminar, mais para frente, na comédia pastelão, em obras como “O Gordo e o Magro”.

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