Crítica de cinema: Batman sem máscara
24/10/2016 20:39
Divulgação
Filme O Contador/Divulgação
Cinematógrafo
Edgar Vianna de Andrade
O Contador — Ben Afflech não está caracterizado de Batman, mas continua parecido com ele em “O contador”, filme dirigido por Gavin O’Connor, cineasta experiente, mas não tão criativo. Afflech faz o papel de Christian Wollf, um homem solitário por necessidade. Ele nasceu autista, sensível a sons altos. Desde cedo, revela grande talento matemático. Cresce em companhia do pai, viajando por diversos países. Aprende artes marciais no oriente da maneira mais brutal possível. Torna-se militar como o pai, mas militar indisciplinado. Perde mãe e pai. Sai do Exército e se transforma num contador quase anônimo por força das circunstâncias. Como Batman, ele tem duas personalidades. Ele não se incomoda em fazer trabalhos sujos para empresários inescrupulosos. Sua capacidade de avaliar contas é proverbial. Seus apontamentos de números em qualquer superfície tocam as raias da esquizofrenia, como a de John Forbes Nash, de “Uma mente brilhante”.
O autismo de Christian Wollf exige dele o perfeccionismo e a complementação de qualquer trabalho para o qual é contratado. Se ele não consegue chegar ao fim por bem, forçosamente chegará a ele por mal. Então, o nosso Bruce Wayne deixa seus métodos pacatos e se transforma num perigoso matador.
Dominando o manuseio do corpo e das armas de fogo pesadas, seu comportamento muda por completo. Entendo ser um ponto não muito bem tratado no filme, roteirizado por Bill Duboque: a transformação de um modesto contador em violento matador. Com suas limitações psicológicas, ele é capaz de se apaixonar, e este sentimento o assalta de surpresa quando conhece Dana Cummings (Anna Kendrich), a frágil funcionária de uma firma que suspeitava de irregularidades nas contas em favor de um de seus sócios. Wollf é contratado como forma de acobertar as suspeitas da moça. O tiro sai pela culatra. Em defesa de seu amor oculto, ele sai à caça para protegê-lo.
Ao mesmo tempo, ele é investigado por Ray King (J. K. Simmons), que se vale de Marybeth Medina (Cynthia Addai-Robinson), uma mulher de ficha suja. Wollf é descoberto, mas não preso. Salva a moça que ama, mas a deixa por não poder se fixar em lugar nenhum e ter uma vida normal. É preciso partir para outro lugar, puxando sua casa ambulante. Nosso Jason Bourne é solitário e andarilho, mas sabe muito bem como trabalhar. Algumas cenas se alongam demais. Elas bem poderiam ser mais enxutas. Mas do modo como o filme termina, não estranhe o espectador se ele se transforma numa franquia.

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