O Estado do Rio, que passa por grave crise econômica, atenuada recentemente pelo acordo com o Governo Federal no qual suspendeu o pagamento de sua dívida, se deu ao luxo de ser o único estado da federação a decretar feriado bancário na Quarta-Feira de Cinzas.
A bizarra situação é fruto de uma lei (a 8.217) aprovada em dezembro do ano passado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), de autoria do deputado petista André Ceciliano, hoje presidente da Alerj. A co-autoria da lei é do deputado Gilberto Palmares, também do PT.
Os petistas assim dão voz aos opositores do partido, que os acusam de serem pouco afeitos ao trabalho. Os deputados petistas atenderam à uma demanda apresentada pelo Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense. O então governador Pezão vetou a lei na ocasião, mas a Alerj derrubou o veto.
O Coordenador Geral do Sindicato, Pedro Batista Fraga Henriques, alegou questões de "segurança" para justificar menos um dia de trabalho para os bancários: "São quatro horas apenas em que o banco fica aberto, e as ruas ficam vazias, então envolve muito um risco de segurança para a gente".
Diante da bizarra situação, única no país, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) ingressou com um mandado de segurança pedindo liminar que suspenda, até a análise em definitivo do caso, a validade da lei. A ação foi protocolada no último dia 13 de fevereiro, na 12ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, mas ainda não houve julgamento do pedido.
O país e o estado já têm feriados em excesso, que causam alegria aos funcionários, mas geram enorme prejuízo para a combalida economia do país. As contas que têm vencimento de 02 de março até 06 de março serão postergadas para 07 de março. Inacreditáveis 5 dias sem expediente bancário.
Por ser feriado só no estado do Rio e pelo ineditismo na data, é possível que instituições, equivocadamente, cobrem na fatura seguinte multas e juros das contas não pagas no dia 06 de março, gerando para os consumidores a dor de cabeça de cobrar a devolução de valores pagos indevidamente.
Fontes: Extra e CUT