MP e Prefeitura de Campos se reúnem para discutir situação do rio Paraíba do Sul
Éder Souza 22/11/2024 19:14 - Atualizado em 22/11/2024 19:13
Reunião aconteceu na sede da Prefeitura de Campos
Reunião aconteceu na sede da Prefeitura de Campos / Foto: César Ferreira/Divulgação
Conforme adiantado pela Folha na última segunda-feira (18), o Ministério Público, por meio da Promotoria de Investigação Penal, se reuniu nesta sexta-feira (22) com a Prefeitura de Campos para discutir medidas de segurança hídrica do município e atualizar as informações sobre a investigação do caso do aparecimento da geosmina no rio Paraíba do Sul em julho deste ano. Na época, moradores de várias partes da cidade reclamaram das alterações no odor e gosto da água.

Convocada pelo promotor de Justiça Fabiano Rangel Moreira, a reunião contou com a participação do vice-prefeito Frederico Paes, além de representantes da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) e do Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana.

A reunião foi convocada pelo promotor Fabiano Rangel
A reunião foi convocada pelo promotor Fabiano Rangel / Foto: César Ferreira/Divulgação
“Eu achei muito importante essa reunião, que advém de um trabalho conjunto, iniciado com o apoio do professor Carlos Rezende, da Uenf, e de outros integrantes da comunidade. E foi importante para trazer à Prefeitura os problemas que a gente está verificando existir no rio Paraíba do Sul. Existem questões políticas, questões que devem ser levadas à opinião pública e acredito que, depois dessa reunião, a gente vai conseguir trabalhar com a técnica e com o empenho político necessário ao enfrentamento do problema”, explicou o promotor.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro acompanhou o caso desde o início e acionou o laboratório da Uenf e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para realizar as análises na água do rio Paraíba. Pesquisadores do Laboratório de Ciências Ambientais (LCA), da Uenf, e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) colheram amostras. Tanto os pesquisadores quanto a concessionária afirmaram que a situação foi causada por conta da proliferação das algas, que geram a Geosmina, responsável pelas alterações.

No encontro, foram discutidos problemas hídricos do município levantados pelo Ministério Público e sugeridas ações possíveis para viabilizar melhorias à população. Para o vice-prefeito Frederico Paes, a reunião foi importante para traçar planos para que os mananciais do Paraíba sejam protegidos.

Vice-prefeito Frederico Paes
Vice-prefeito Frederico Paes / Foto: César Ferreira/ Divulgação
Nós hoje tivemos uma reunião importante, a pedido do promotor Fabiano Rangel, em que, dentro do nosso Comitê de Segurança Hídrica, discutimos possíveis ações públicas que a gente pode adotar para a proteção dos nossos mananciais, não só do Rio Paraíba, como também das nossas lagoas, e, com isso, trazer a segurança hídrica que a nossa região precisa. Estamos aqui com o apoio de técnicos da Secretaria de Agricultura, técnicos da Subsecretaria de Meio Ambiente, também com o apoio importantíssimo da Uenf, além de várias pessoas que conhecem a região, que conhecem os nossos problemas. E eu gostaria de agradecer ao promotor Fabiano pela participação do Ministério Público, porque é muito importante a gente estar unido agora, no momento em que o Paraíba está ameaçado”, declarou o vice-prefeito.
Período de seca e a baixa vazão dos rios afetaram a qualidade bruta da água em diversos municípios
Ainda no mesmo mês, dia 30 de julho, o rio Paraíba do Sul amanheceu com uma mancha nas águas. Após análises do Inea, ficou constatado que a mancha era resultado do excesso de carvão ativado que foi utilizado pela Águas do Paraíba, na tentativa de tratar a água e resolver o problema contra a geosmina, fato que também foi confirmado pela concessionária.

Água do rio Paraíba do Sul amanhece com tonalidade diferente
Água do rio Paraíba do Sul amanhece com tonalidade diferente / Rodrigo Silveira


Situação controlada
A concessionária Águas do Paraíba informou que, após o caso do aparecimento da Geosmina, o rio Paraíba continua sendo monitorado. A necessidade, inclusive, de usar uma quantidade adicional de carvão para tirar gosto e odor da água, acabou. Embora tenha causado um forte odor e cheio, a situação já está normalizada. Sobre a presença de organismos na água, os estudos apontaram na época que não representavam perigo à saúde da população.

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