Incêndios de grandes proporções assolam municípios do Noroeste e Norte Fluminense nos últimos dias. A situação põe as autoridades em alerta, já que o clima seco e a falta de chuva propiciam o surgimento de focos. Entre domingo (18) e segunda-feira (19), quatro municípios tiveram áreas em chamas, sendo necessária atuação do Corpo de Bombeiros. A maior parte dos casos ocorreu em áreas às margens de rodovias. Animais chegam a ficar encurralados pelo fogo e precisam ser resgatados, enquanto que a densa nuvem de fumaça cobre áreas urbanas. Em São Fidélis, por exemplo, uma área extensa de 50 mil quadrados, às margens da RJ 158, foi tomada pelo fogo. O caso chegou a ser registrado na 141ª pela Polícia Ambiental, no domingo (18).

Em Santo Antônio de Pádua, outro incêndio destruiu uma grande área de vegetação às margens da RJ 116, em Baltazar, na segunda-feira (19). O Corpo de Bombeiros foi acionado, já que a situação, com fogo intenso, assustou motoristas.

Já em Campos, na mesma segunda-feira, outro incêndio de grandes proporções destruiu a vegetação na altura de Martins Lage, na BR 356. Os motoristas tiveram que trafegar com cuidado e o fogo pôde ser visto do alto dos prédios da área central da cidade.

Ao longo de segunda-feira, ainda surgiram diversos pontos de queimadas no município de Natividade. Os dois mais expressivos ocorreram às margens das RJs 220 (Natividade/Itaperuna) e 214 (Natividade/Varre-Sai). A via chegou a ficar fechada por várias horas no ponto logo depois do Asilo Recanto do Bem Viver, onde bambus em chamas caíram na pista. Bombeiros, guardas municipais ambientais, agentes da Defesa Civil, funcionários das propriedades, além de voluntários trabalharam intensamente na tentativa de conter as chamas, que consumiram centenas de hectares de vegetação.

Antes, nos dias 9 e 15, o município de Aperibé também teve ocorrência de quatro grandes incêndios próximos à RJ 116.

A assessoria do Corpo de Bombeiros informou que a região está, no momento, passando por uma nova onda de calor. "Essa temperatura elevada, associada com o clima seco e a falta de chuva, propicia o surgimento de focos de fogo em vegetação", explicou.

Também em ação, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informa que os guarda-parques atuam na prevenção e no combate aos focos de incêndio (este último em apoio ao Corpo de Bombeiros) nas unidades de conservação estaduais administradas pelo órgão ambiental estadual. No Noroeste Fluminense, o Inea administra o Parque Estadual do Desengano que abrange parte do município de São Fidélis. Até o momento, não há registros de focos de incêndio. 

"Cabe ressaltar que o Inea intensificou sua atuação preventiva a incêndios florestais por meio do Programa Fumaça Zero, que visa ampliar as ações preventivas aos incêndios florestais, por meio de iniciativas de educação ambiental nas comunidades; intensificação do monitoramento nas unidades de conservação estaduais, e emissão de notificações para moradores que residem ao redor de parques, reservas e Áreas de Proteção Ambiental estaduais. O objetivo é estimular a conscientização das pessoas sobre os riscos que a prática de queimadas pode ocasionar para as florestas. A iniciativa é realizada, anualmente, no período de estiagem (de maio a setembro) em todo território fluminense", diz nota.

O Programa Fumaça Zero iniciou em julho, suas atividades nos municípios de São Fidélis, Aperibé, Cardoso Moreira, Cambuci, Itaocara e Varre-Sai, no Noroeste do Estado do Rio.